A sua espera

Remexendo o velho baú encontra um álbum já amarelado pelo tempo, entre tantas fotos não reconheceu os personagens, bem em frente da escola municipal estão todos agrupados fazendo pose era os primeiros alunos formandos daquela instituição. Por ainda serem crianças, não reconheceu sem ajuda das anotações feito logo em baixo: Fulanos abaixados e os de mais de braços cruzados em pé. O último do canto esquerdo era ele, como mudou! O tempo encarregou das mudanças, não só física, mas mentalmente.

Sentado na cadeira de balanço, o ar quente ao deparar com a sombra do velho cajueiro fica mais amenas, com dificuldade levanta e vê os trilhos que o gado fazia no moro quando iam beber água, quantas vezes passou por lá. Volta lentamente e senta, encosta a cabeça fecha os olhos e põe a sua mente a imaginar, ainda moço faz planos, quantos janeiros, lutas não faltaram, umas vitórias outras derrotas, mas cheguei até aqui, continua seu devaneio. Nesse instante ouve bem em cima da copa do cajueiro um cantar de pássaro preto. É transportado para o tempo que ali chegou, derrubar o mato, plantar o mantimento, fazer a casa para ir buscar sua amada e dois barrigudinho que deixou no outro estado morando com seus pais.

Deixa o devaneio, olha envolta vê o estado que se encontrar só lhe resta esperar e chora baixinho pra ninguém escutar!!!!!!!

Jova
Enviado por Jova em 13/04/2021
Reeditado em 13/04/2021
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