Sobre átomos e vírus
O que mais espantoso é o súbito postulado (não necessariamente apercepção), ambas em sentido Kantiano, da filosofia da ciência em si. Se vertêssemos o sumo da physis antiga Grega, o paradigma actual é o da mecânica quântica. Ou seja, na escala de Planck (10 elevado a -35), a teoria que mais diz sobre a natureza, inclusive a natureza humana com toda a sua carga de paradoxos, incerteza, e estados complexos entre observação e fenómeno, é a física quântica. É a teoria de predição com maior sucesso na história. O mundo dos vírus é gigante comparado com esse mundo (10 elevado a -9), gigante mesmo, mas ainda assim avassaladoramente assertivo para o essencial da vida. É algo que eu julgo que não têm falado acerca deste fenómeno. Não se trata apenas de reconstrução da mundovisão humana num outro adestramento, é algo mais profundo: é uma apercepção ao nível do sujeito da intersubjectividade e do marasmo fenomenológico que é a natureza, algo que só com a maior das forças de vórtice se consegue domar a tempestade em volta. Porque nada do que é da ordem da macroescala interessa: rituais, normas, política, etc, é tudo da ordem das ilusão, como ensinam os Vedas por exemplo, embora noutro prisma.