Em 15 dias, região soma 23% dos óbitos de um ano

Até ontem, nos primeiros quinze dias de março, a Região Carbonífera registrou 49 mortes por Covid-19, ou seja, quase 3,3 mortes diárias. Isso representa 23% dos 214 óbitos notificados na região durante toda a pandemia. É grave, então repito: somamos um percentual de 23% do total de vítimas fatais registradas durante quase doze meses de pandemia na região em apenas quinze dias.

As cidades mais afetadas até o dia de ontem foram, pela ordem: Charqueadas (13 óbitos), São Jerônimo (11), Butiá (9) e Triunfo (9). General Câmara (3), Minas do Leão (3) e Arroio dos Ratos (1) vem a seguir, com menor morbidade. Barão do Triunfo foi a única cidade que passou ilesa por esse período, que é condizente com a alta recorde registrada no Brasil e no Rio Grande do Sul, onde, pela primeira vez, todo o Estado se encontra na vigência da bandeira preta do Distanciamento Social Controlado, que indica risco altíssimo de contágio. 

Ante o quadro de catástrofe humana acima, cabe a pergunta: O que está acontecendo com a gente? Conosco enquanto país, regiões, estados e cidades? Enquanto nação, sociedade civil, esfera pública e esfera privada? Enquanto brasileiros, gaúchos e carboníferos? Onde estamos errando e deixando de fazer o nosso melhor a fim de impedir esse descalabro de mortes com colapso hospitalar e, ao contrário disso, ampliando a tragédia?

São nossos familiares, amigos, colegas, vizinhos, conhecidos e conterrâneos que estão morrendo como nunca! Qual é o nosso problema? Não podemos colocar o que está acontecendo somente na conta da variante mais transmissível do vírus, pois sabemos que o espalhamento viral é condicionado sobretudo pela ação social humana, isto é, pela maneira como as pessoas vivem todo o dia em cada cidade. Isso é o que determina o aumento ou a diminuição do contágio mortal. Estamos nos cuidando? Estamos usando máscara? Estamos observando o distanciamento social? Estamos ficando em casa e saindo somente em caso de necessidade absoluta? Estamos evitando aglomerações?

Aliás, o que há para se comemorar em ajuntamentos festivos quando registramos, ontem, dezesseis mortes na região? Rir do que quando vemos que oito charqueadenses e cinco jeronimenses morreram num final de semana? Festejar o que com recordes de óbitos no Brasil e no Rio Grande? Qual o problema de muitos por aí? No que estão se tornando ou o que já são?

Puxa vida, pessoal, as pessoas estão morrendo, os hospitais estão colapsados e os profissionais de saúde estressados, todo mundo tem de fazer a sua parte, sociedade e governos, para sairmos dessa situação horrenda enquanto a vacinação não acelera.

Cuidem-se! Ajudem!