Sete Vidas
O dito popular: "Você não sabe da missa, um terço", é o que, ora utilizo, para enfatizar a superficialidade do que achamos saber da vida do outro. Principalmente em épocas de vitrines nas redes sociais. Eu entendo toda essa nossa exposição desnecessária. Eu sei dessa nossa expectação fútil de nos mostrarmos. Principalmente quando nos parecemos bem. E digo “nos parecemos”, exatamente porque o que sabemos de nós mesmos também é raso. Observando a frase atribuída à Sócrates: “Conhece-te a ti mesmo”, pergunto: Quem, sobre si mesmo, sabe profundidades, a fim de ter a pretensão de se atirar na rasura do que se percebe das vidas alheias?
Um palestrante disse que somos três pessoas distintas: Somos quem as pessoas acham que somos, quem achamos que somos e quem de fato somos. No entanto, essa ideia de achar que estamos bem e que por isso devemos nos estampar em mostruários virtuais, é uma ideia louca e frenética dessa minha geração, que acha que está bem. E que, como me incluí nela, também sou produto do meio.
O que se pode, então, aprender desta reflexão que pode ser a de um mero qualquer que talvez (e mais uma vez), só queira também aparecer?
Talvez o que se possa aprender, seja a lição de que o gato é o único ser com permissão para cuidar de mais que uma vida apenas. Dizem que ele tem mais seis outras.