LIVRA-NOS DO MAL, SENHOR!

Recentemente, reli textos de minha raquítica produção literária para amenizar o tédio dos dias de horror epidemiológico, causado pelo malfadado vírus Covid-19 que, sem dó nem piedade, arrebata de nosso convívio pessoas que muito amamos, e, também, expressões máximas da inteligência humana, desfalcando, assim, o saber universal.

O Corona Vírus assola o mundo, impiedosamente. Milhões de seres humanos sucumbem à sua sanha assassina. Temerosos, implementamos mudanças radicais nos hábitos cotidianos, para salvaguardar a nossa integridade física, deveras ameaçada.

Vivemos aprisionados na própria casa, restringidos à mesmice do dia a dia. Há mais de um ano, mantemos restrita cautela de isolamento social. Impedidos de sair às ruas, permanecemos à espera da vacina salvadora ou da morte implacável. O primeiro acontecimento é uma esperança de vida, embora frágil, enquanto o segundo consigna o fim de uma jornada existencial prazerosa ou não.

Os hospitais públicos e privados estão superlotados, inclusive os cemitérios. A dor tem sido constante. Vidas humanas são prematuramente ceifadas pelo danoso vírus. Entes queridos são sepultados sem nos ser permitido, por justificável cautela, acompanhar o féretro até a última e solicitaria morada.

Os vivos remanescentes desse morticínio desenfreado padecem sob a expectativa de uma cura para o mal sibilino, originário da China, hoje, campeando o mundo como emissário das trevas.

O desenvolvimento econômico é outra vítima desse agente nefasto. A crise tem provocado o fechamento de vários empreendimentos comerciais, dando margem ao desemprego, causa das dificuldades extremas por que passam as famílias menos favorecidas.

Conforme dissemos em parágrafo anterior, há mais de quatrocentos dias estamos reclusos em nossas casas, no aguardo da aplicação da vacina salvadora ou a morte que nos espreita intransigentemente. As vacinas ainda são uma incógnita, um enigma a ser desvendado e confirmado quanto à sua eficácia. Só o tempo dirá!

As alterações do nosso comportamento psicoativo, desenvolvido nesse período de incertezas, provocam efeitos danosos no estado de espírito das pessoas, carentes de cuidados psiquiátricos. Por isso, tenho recebido conselhos específicos de geriatra, psiquiatra e psicólogo que me assistem periodicamente.

A aquisição de ansiolíticos recomendados por profissionais da saúde mingua o poder de compra da população. Alguns sobreviventes desse apocalíptico acontecimento sentem-se desfalcados de recursos financeiros em suas contas bancárias; a maioria dos saldos disponíveis ostenta a cor vermelha, um matiz, aliás, de triste memória para o brasileiro honesto.

Sou um chorão contumaz; as lágrimas afloram-me às faces com facilidade, represadas nos sulcos das rugas oriundas da passagem do tempo. Numerosos são os dias de minha existência física: oitenta anos, completados em 6 de janeiro de 2021.

A saudade deprime e faz sofrer. A mim, tem-se revelado com certa frequência ao lamentar o passamento de amigos vitimados por esse infame vírus. Diletas pessoas do meu círculo de amizade residem, hoje, nos Parámos Celestiais, coadjuvando os anjos que servem ao Senhor da Glória.

Em minhas orações diárias, agradeço a Deus as bênçãos concedidas a mim e aos membros de minha família. Rogo-Lhe, também, proteção para os amigos carentes de ações divinas que lhes salvaguardarão a vida contra o mal do século, o Covid-19.

Que o Senhor Jesus, nosso Pai e Salvador pessoal, mantenha a todos nós protegidos diuturnamente. O malfadado Covid-19, implacável em suas ações maléficas, não é páreo para nosso Deus, que tudo criou, a tudo permite, mas, em tempo oportuno, concede a vitória sobre os males da vida. Amém!