Consciências XII
Probabilidades
Não sei por quanto tempo que eu vou viver. Mas de acordo com o que tenho lido sobre (as)simetria, saúde e longevidade, acredito que estou condenado a ter uma vida curta, porque não tenho uma boa respiração, pois uso muito mal o nariz e muito mais a boca; meu condicionamento físico parece de um idoso de 80 anos; meu corpo é todo complicado porque, mesmo pesando 67 quilos agora, minha barriga, que não é nenhuma barriguinha, não sai nem com reza brava... Porque a distribuição de gordura nos meus 1,72 de altura está igual à distribuição de riquezas no Brasil. E não sei se conseguirei olhar para o meu corpo, um dia, e ter uma sensação boa ou de permanecer nesse pêndulo entre autoaceitação e estabelecimento de metas que não são plenamente cumpridas. De voltar à dieta restrita, de continuar com os meus exercícios sem peso e ir quase toda semana à farmácia pesar. Mesmo me esforçando, eu tenho medo que seja tarde demais e que não tenha mais conserto pra mim. O meu lado irracional ainda me diz que, se eu for muito otimista com a minha saúde, é aí que não terei vida longa mesmo!! Por isso, continuo com a estratégia da Vada Sultenfuss, personagem do filme Meu Primeiro Amor, de ter a certeza de que não sou muito saudável, porque doente a gente trata com cuidado.