Brasil; "Um País de Maricas" ou "Um País de Zumbis"?

Foi agindo como se já estivesse em plena campanha eleitoral pela sua reeleição em 2022, que em uma visitinha às obras de duplicação da BR-222 lá no Ceará nessa última sexta-feira o nosso 'MITO' declarou solenemente que o governador que fechar o seu Estado para evitar as mortes por covid-19 deve bancar do seu próprio bolso o auxílio emergencial.

Ele disse ainda que "O auxílio emergencial vem por mais alguns meses. E daqui para frente, o governador que fechar seu estado, o governador que destrói emprego, ele é quem deve bancar o auxílio emergencial. Não pode continuar fazendo política e jogar no colo do presidente da República essa responsabilidade"...

Porém, se analisarmos de forma coerente essa sua ameaça, fácilmente chegaremos à conclusão de que é ele quem na verdade deveria bancar do próprio bolso essa despesa extra que os governadores dos Estados estão tendo nesse seu incessante combate a essa terrível pandemia do coronavírus que até hoje já matou mais de 255 mil brasileiros, porque é ele justamente o principal promotor do descumprimento das medidas de proteção e prevenção contra esse vírus, como é o caso por exemplo do uso de máscaras, que ele faz questão de ignorar solenemente, bem como adora promover aglomerações...

É importante frisar que muito embora ele tenha essa 'mitológica mania' de tratar como privado aquilo que é público, esse dinheiro que é destinado ao auxilio das famílias mais pobres nesse período da pandemia; não é dele, porque em última instância, quem decide sobre esse auxilio às familias é o Congresso, e não ele...

E mais; quem está na verdade fazendo política com esses seus 'passeiozinhos' lá pelo nordeste é ele, que ao invés de tomar atitudes em defesa da saúde dessa população que o elegeu como o seu presidente, parecendo temer o aparecimento de possíveis competidores para o pleito de 2022, fica atacando a torto e a direito, ameaçando com ações de represáliasas aqueles governadores e prefeitos que por estarem seguindo as orientações das autoridades da saúde, como médicos, cientistas e pesquisadores e que estão realmente empenhados no combate à essa terrível e assassina pandemia, estão 'aparecendo bem na fita' em seus estados...

Já sabemos que ele ignora solenemente essa pandemia, tanto que chegou ao ponto até de chamar de 'maricas' aqueles que se preocupam com esse seu alto grau de letalidade, que para ele trata-se apenas 'uma gripezinha à toa' ...

Infelizmente a grande realidade é que quando esse nosso 'MITO' sai por aí nessa sua 'esdrúxula campanha eleitoral' em plena pandemia, promovendo aglomerações e incentivando as pessoas a deixarem de lado as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades da saúde para o seu combate ao mesmo tempo em que não encomenda vacinas em quantidade suficiente para a vacinação em massa da população, o que certamente faria com que todos os trabalhadores pudessem estar de volta mais cedo ao serviço, ele acaba mesmo é estendendo essa pandemia ainda por muito mais tempo, obrigando a que esses prefeitos e governadores acabem tendo que tomar medidas mais radicais para tentar frear a sua disseminação, como por exemplo a quarentena e o lockdown que, segundo ele, acabam fazendo com que as empresas fechem as suas portas e o trabalhadores percam os seus empregos, sendo que na verdade o que acontece é justamente o contrário; é essa 'gripezinha à toa' que está adoecendo e matando o trabalhador... E caso ele ainda não saiba: morto não trabalha...

Interessante que no dia 10 de novembro do ano passado ao discursar em uma cerimônia lá no Palácio do Planalto ele já havia se queixado dizendo: "Tudo agora é pandemia" e ainda acrescentou: "Não adianta fugir disso, fugir da realidade. Tem que deixar de ser um país de maricas. Olha que prato cheio para a imprensa. Prato cheio para a urubuzada que está ali atrás. Temos que enfrentar de peito aberto, lutar. Que geração é essa nossa?"

Ora, se ele realmente pensa que devemos 'enfrentar de peito aberto' essa pandemia que já matou mais de 255 mil brasileiros, possívelmente ele deve acreditar que mortos podem trabalhar, e nesse caso já não seríamos mais um 'pais de maricas'; seríamos então 'um país de zumbis'...