Pássaro solitário

No último galho da copa do pé cedro, no descambado beirando o rio da prata, antes do sol se por esta meditando à espera de um milagre a volta de sua companheira. A distância não deixava ver os mínimos detalhes, mas imaginei que pela tristeza que se aparentava, os seus olhos estavam marejados, a dor se misturava com a saudade de quem podia nunca mais voltar.

Um dia também esperei, ela voou para outro ninho, o destino quis assim! Recomeçar apesar de não ser fácil foi preciso.

Nos passos oras longos, outras é tão lento que dá impressão que o tempo quer parar, a ferida aberta no peito demora cicatrizar, volta e meia temos recaída, o remédio é aceitar e ficar em silêncio já que Tsunami deixou marcas cronicas, é como uma tatuagem que não quer ser removida.

Somos iguais pássaro ferido! Como entendo seu sofrer, vá se embora e procure recomeçar, logo escurecerá, mas tenho certeza que não vai tardar os raios de um novo dia, busca fazer voo nas campinas, canta pra não chorar, novo amor pode surgir, quem sabe nesta ocasião venha nascer um amor para amenizar o passado triste e deixar brotar um novo amor.

Jova
Enviado por Jova em 01/03/2021
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