Para sustentar o desenvolvimento
Há milhares de anos o homem habita a Terra e vem lutando pela sobrevivência.
Porém a partir de certo ponto, começou a interferir na natureza para promover
desenvolvimento. Na verdade não se buscou uma relação pacífica com a natureza como
um bem comum, uma casa onde todos deveríamos cuidar para promover uma vivência
integrada, compartilhando de seus recursos, tendo consciência de que não são infinitos.
Uma corrida insana por acumulação de riqueza e poder, sugou e ainda suga, todo
tipo de recursos da natureza sem pensar como será o futuro. Um consumo desenfreado
provocado pelo ter e pelo descarte. Deixando de lado o olhar para a sobrevivência da
espécie e do seu “habitat”, portanto, de toda a raça humana. A acumulação de poucos e
detrimento de muitos, transforma o homem em uma ‘praga’, um ‘organismo’ que avança em
seu hospedeiro para sugar vida e passar para outro… Não tem outro planeta. Enquanto as
sanguessugas acumulam o que seria comum, as desigualdades se tornam evidentes e
gritantes.
Sabemos desse pensamento de ‘praga’ que há muito tempo governa a humanidade
e da pequena parcela que hoje percebe isso. Porém, cientes disso e do nível do
desenvolvimento tecnológico em alguns pontos do planeta, podemos dar início a um
movimento de ‘reversão’ do que está posto, e da urgência dessa atitude. Atitude essa, que
não mostrará seus efeitos agora, sendo que é o início de um caminhar. Esse caminhar
começa dentro de nós mesmos. Uma reconstrução, uma ressignificação de tudo que nos foi
ensinado desde o nascimento e como em um efeito de círculos concêntricos, aos poucos,
revertamos os processos.
A educação será a pedra que promoverá essa reação. Educação ecológica na
escola aproximando os conceitos restritos à intelectualidade, à população, ligando-os ao
seu cotidiano. Implantação da cultura de reciclar desde a primeira infância. Muito apoio à
pesquisa. Para que, em paralelo com o desenvolvimento sustentado, condições dignas
sejam criadas para que as desigualdades diminuam e que o futuro contemple a todos. Que
o pensamento do homem em relação à natureza não seja mais parasitário, mas simbiótico,
onde a importância do outro está no conviver.
Parece utópico...não deixa de ser. Todas as grandes coisas foram inicialmente
“sonhadas” por alguém. Por que não sonharmos coletivamente que podemos construir
agora o que será?