AS GESTANTES

AS GESTANTES.

Elas chegaram cedinho, são várias, as grávidas precisam do hospital público, esse em particular é considerado referência para o procedimento em partos.

Elas sentem muitas dores, o hospital é bastante concorrido, o hospital está lotado, tem grávidas em macas, pois o número de leitos são insuficientes.

Elas recorreram a um programa de TV local, pediam socorro, ajuda. Esse programa dá voz, é focado para esse tipo de público, pessoas mais carentes. Esse programa deu voz naquele momento aquelas mulheres. Algumas falaram na entrevista que estavam sentindo contrações há algum tempo, outra falou que já sentia que o muco estava saindo, com esse termo propriamente.

A repórter fazia perguntas sobre as dificuldades das gestantes no hospital, elas mostravam suas indignações diante do pouco caso da direção e dos médicos não se importando com suas aflições. O pouco número de médicos foi motivo também das denuncias.

A repórter não pode entrar no hospital, só ficando na frente do mesmo, a ordem da direção. A filmagem que se via no interior da instituição foi por parte de uma das pacientes que usou um celular. O corredor estava lotado, era visível o sofrimento dessas mulheres.

Em plena pandemia aquelas mulheres estavam prontas para colocarem vidas no mundo, mais especificamente nessa sociedade tão cheia de problemas, em plena pandemia em esse país vivendo uma crise sem precedente as aquelas mulheres iriam colocar vidas em que o índice de desemprego é absurdo, em plena pandemia as gestantes se aventuram colocarem vidas com um país governado e apoiado por ser que tem compromisso com os desassistidos economicamente.

Essas mulheres periféricas não têm uma visão de futuro com seus bebês.

A repórter foi embora, mas aquelas mulheres ficaram na fila á espera de um atendimento. Muitas delas terão que voltarem para suas casas sem atendimento.