A estética da ética no BNB - Banco do Nordeste do Brasil S.A.
Estética significa: “o que determina o caráter do belo nas produções naturais e artísticas”. A ética significa: “a ciência que estuda os valores morais do comportamento humano.”
Nosso trabalho, cujo tema é Comportamento Organizacional, foi realizado a partir de pesquisa no Banco do Nordeste do Brasil S/A, ou simplesmente BNB, onde me aposentei após 37 (trinta e sete) anos de previdência. O BNB foi criado em 19/07/1952, com forte atuação financeira de desenvolvimento, para fomento da região do polígono das secas, que abrange os nove estados do nordeste, o norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.
O Código de Conduta Ética do BNB, está concebido com base nas premissa estabelecidas no Decreto 1.171, de 22 de junho de 1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), tendo nos seus capítulos e incisos explícitas as preocupações determinantes de prevenir surpresas desagradáveis na área de Recursos Humanos, cuja característica é inerente a determinadas ações e que, por essa razão, torna-se um elemento vital no acompanhamento da produção de uma realidade social, cada vez mais exclusivista.
Autorizado por resolução presidencial em 08/08/2005, teve a aprovação do seu texto final somente em 22/05/2006.
Criado a partir de consultas aos funcionários, o Código foi aprovado de uma forma sistematizada, estabelecendo a relação de valores essenciais que norteiam os relacionamentos entre os clientes internos e os externos da organização, elaborado a partir de um pressuposto sequencial, contemplando alguns aspectos corporativos importantes, desenvolvidos a partir da problemática das relações de trabalho.
Sabemos que o ser humano já possui um senso ético natural e intrínseco, como uma espécie de "consciência moral", obrigando-o constantemente a avaliar as suas ações boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas, por isso é que um Código de Ética entra para disseminar e compartilhar as normas de condutas profissionais, buscando levar o resultado a um bom padrão ético e a uma atuação em direção a excelência dos serviços, respeito e valorização desse contexto, do bem público e do meio ambiente.
Juntamente com o Código do Banco, foi criada uma comissão de ética interna que tem a função de julgar, em primeira instância administrativa, os atos e fatos que possam ferir o bom conceito no comportamento das relações institucionais, classificáveis sob o prisma de uma escala hierárquica das infrações previstas no decorrer dos comportamentos prejudiciais às relações humanas e à organização, aplicando-se uma pena correlata.
Embora tenha sido idealizado para servir como um “trilho de comportamento” do “maior patrimônio da empresa”, que são os seus funcionários, é sabido que não foram estabelecidas somente regras individuais, pois é de forma coletiva que essas classificações têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos, constando, em cada uma, a necessidade de exigência diferente, de acordo com as peculiaridades, devendo ser seguidas como uma trilha, e não mais como um trilho.
A ética está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo relações justas e aceitáveis com as outras pessoas, fundamentada na idéia do bem e da virtude, desde que sejam esses os valores perseguidos pelo quadro de funcionários e da administração empresa, cujo alcance beneficia a toda estrutura e traduz a existência de plena paz e felicidade.
O trabalho final que gerou o Código de ética do BNB deixou patente a conclusão de um instrumento dinâmico e eficaz que poderá ser atualizado, sempre que necessário, para acompanhamento da evolução das relações humanas, envolvendo a ética não só como objeto de estudo, mas também como uma ferramenta de condução prática e estratégica, utilizando a aplicação de abordagem simples das doutrinas éticas consideradas adequadas à empresa, para o bom funcionamento do sistema, e a conquista dos objetivos preconizados.
Quando da sua implantação, constatou-se que o Código de ética está sendo considerado um ótimo instrumento balizador de orientação dos procedimentos utilizado por todos os funcionários que foram pesquisados, mesmo ainda sendo concebido, estrategicamente, como uma síntese, se pensarmos numa grande escala de atitudes que são exigidas diariamente de todos, dentro ou fora do ambiente de trabalho, retratando uma realidade corporativa como um manual específico de comportamento da atividade, com um formato conciso e claro, prestando orientações nos seguintes aspectos:
1. princípios e valores fundamentais;
2. relacionamentos com: clientes, investidores e acionistas; governos, sociedade e comunidade; mercado e os concorrentes; fornecedores e outros parceiros comerciais; e os mentores das relações de trabalho;
3. definição e atribuições; e
4. as disposições transitórias e finais.
Como observamos, o Banco do Nordeste foi uma dos primeiras instituições financeiras públicas federais a dar exemplo com um instrumento moderno de nivelamento e balizamento das relações humanas, facilitando o contexto e sustentando um bom naipe de opções na condução e disseminação de normas civilizadas de conduta, fazendo com que os processos se desenvolvam adequadamente e de forma equânime, sem privilégios ou discriminação ou preconceito de ideologia, raça, cor, preferencias sexuais ou religião, sustentando uma realidade justa e de padrão comportamental propício à própria existência da empresa, de forma harmônica.
Uma vez que os funcionários compreenderam como parte integrante desse processo, inclusive oferecendo sugestões, em princípios inter-relacionados entre todos, facilitando o entendimento e aceitação de novas mudanças, conhecendo, com regras mais claras, as causas das ondas de transformação que sempre ocorrem na vida profissional de um mundo globalizado, exigindo melhor comportamento organizacional, como fator de melhoria da empregabilidade e convívio social.
Com a implantação do Código de Conduta Ética, o Banco do Nordeste do Brasil S/A., constatou que deixaram de ter mais frequência as queixas de desvios morais, cuja lógica e sucesso, em grande parte, é atribuída também ao temor das penas previstas e imputáveis a funcionários de empresas públicas que se utilizavam de comportamentos indevidos e inadequados, tendo uma sociedade contemporânea mais vigilante e exigente na fiscalização comportamental, não aceitando o cultivo de práticas e relações antiéticas.
A exemplo da atitude da empresa Philips, com a implementação do sistema “Ethics line”, a Estética da ética pode começar, também, por um delineamento instrumental, como esse feito pelo BNB, construído a partir de envolvimento dos próprios funcionários, estabelecendo regras claras e factíveis, utilizando os preceitos da teoria “Y” de Douglas Mcgreggor, por exemplo, para transformação do ambiente de trabalho, dividindo responsabilidades em busca da melhoria das relações interpessoais e do “contrato psicológico” atingindo bons resultados numa digna agenda social.
Portanto, o BNB entendeu que a ética está intrinsecamente associada à conduta humana, devendo receber das organizações uma maior atenção, pois as atividades profissionais sempre envolvem fortes cargas morais e emocionais de caráter social internas e externas, apoiadas na tríade de cultura, história e natureza humana. Quando a ética, moral e dignidade são adquiridos como herança, devem ser preservadas, porém quando ajustes precisarem ser feitos, como delineamento de atitudes éticas, os instrumentos sociais devem estar à disposição dos respectivos setores de recursos humanos.