EM ALGUM LUGAR NO PASSADO
Como era gostosa a nossa rua! As calçadas largas, cercadas de árvores frondosas, e alí no número 1600, um lindo jardim com um coqueirinho plantado pelo meu pai, com antúrios e rosas da minha mãe – essa era a nossa casa. No terraço, três cadeiras e o piso de cacos coloridos. Na cozinha, uma pequena mesa embutida na parede com a toalha com flores amarelas, e a garrafa térmica que guardava nosso cafezinho diário, Na sala, uma estante com a Enciclopédia Barsa, a coleção dos livros de Júlio Verne, e umas revistas culinárias, com o caderninho de receitas da minha mãe. No cantinho, a televisão e um sofá macio onde eu deitava a cabeça no colo da minha mãe para ver novelas, enquanto suas mãos desembaraçavam os fios do meus cabelos, com ternura, como manuseava os novelos de lã de seus casaquinhos de tricô . Quando nosso cachorrinho Toquinho latia, era para anunciar a chegada do meu pai com seu assobio muito particular, e vinha carregado de tudo que gostávamos. O aroma da comida da minha mãe era algo inimaginável! Os seus suspiros tirados do forno, branquinhos, o bolo de batata com carne moída, e de sobremesa aquele manjar branco que quando colocado sobre a mesa, acompanhávamos com os olhos as ameixas deslizarem tao suaves como nossos sonhos de adolescentes. Nas noites de frio, a sopa de legumes preparada pelo meu pai, e as conversas de mesa regadas a risadas genuinas. Antes de dormir, o costumeiro “Bença mãe, Bença pai!”. As vezes não ouvíamos a resposta, e gritávamos de novo, ouvindo meu pai falar alto: "Deus te abencoeeeee, já falei!!!" (e nós sabiamos que Deus abençoava assim mesmo!) Hoje me falta o som de suas vozes, e aquela crença inocente de que todos esses momentos seriam eternos...
Tema: Faz-me falta
Como era gostosa a nossa rua! As calçadas largas, cercadas de árvores frondosas, e alí no número 1600, um lindo jardim com um coqueirinho plantado pelo meu pai, com antúrios e rosas da minha mãe – essa era a nossa casa. No terraço, três cadeiras e o piso de cacos coloridos. Na cozinha, uma pequena mesa embutida na parede com a toalha com flores amarelas, e a garrafa térmica que guardava nosso cafezinho diário, Na sala, uma estante com a Enciclopédia Barsa, a coleção dos livros de Júlio Verne, e umas revistas culinárias, com o caderninho de receitas da minha mãe. No cantinho, a televisão e um sofá macio onde eu deitava a cabeça no colo da minha mãe para ver novelas, enquanto suas mãos desembaraçavam os fios do meus cabelos, com ternura, como manuseava os novelos de lã de seus casaquinhos de tricô . Quando nosso cachorrinho Toquinho latia, era para anunciar a chegada do meu pai com seu assobio muito particular, e vinha carregado de tudo que gostávamos. O aroma da comida da minha mãe era algo inimaginável! Os seus suspiros tirados do forno, branquinhos, o bolo de batata com carne moída, e de sobremesa aquele manjar branco que quando colocado sobre a mesa, acompanhávamos com os olhos as ameixas deslizarem tao suaves como nossos sonhos de adolescentes. Nas noites de frio, a sopa de legumes preparada pelo meu pai, e as conversas de mesa regadas a risadas genuinas. Antes de dormir, o costumeiro “Bença mãe, Bença pai!”. As vezes não ouvíamos a resposta, e gritávamos de novo, ouvindo meu pai falar alto: "Deus te abencoeeeee, já falei!!!" (e nós sabiamos que Deus abençoava assim mesmo!) Hoje me falta o som de suas vozes, e aquela crença inocente de que todos esses momentos seriam eternos...
Tema: Faz-me falta