Quanto mais eu conheço as pessoas, mas amo meu cachorro
Enquanto passeava com Fred, um cachorro de raça pastor alemão, que por vezes é uma galinha quando late (ainda sem a potência canina para um latido digno), outrora parece uma piranha de dentes afiados que adora pés, tendo unhas de um cruel felino, mas de um olhar ...um olhar capaz de derrubar o mais forte dos mortais, desse modo Fred é um exímio companheiro para meus dias, meus largos dias cansativos. Juntos, passeávamos por uma das praças da cidade e sempre carrego comigo quando possível uma fruta para ser petisco (afim de que eu mesma não acabe tornando-me um) e uma garrafa d’água para ele a essa altura enquanto caminhávamos não pude deixar de notar que havia crescido o grupo de pessoas que fazem do largo da igreja matriz sua casa. Um grupo bastante expressivo até.
E toda vez questiono-me toda vez que encontro pessoas em tal situação o que os levou a estarem ali, marginalizados, à margem da sociedade: motivos pessoais? problemas familiares? estarão perdidos, ou até mesmo podem estar fugindo? Fato é que ali estão.
Não comentei mas minha cidade é quente, refiro-me quanto ao clima mesmo. Ô cidadezinha pra chover pouco hein, e depois que encontrei juntamente com Fred o grupo passei a pensar como têm sido as noites para tal grupo e assim íamos recorrente vezes a praça para brincar e assim levar frutas extras afim de dividirmos com alguém do grupo.
Em nosso terceiro passeio, Fred enturmou-se com um deles que fez com que doássemos uma das bananas, este agradecido, afastou-se e se foi depois de fazer um carinho no dorso do cachorro. Das outras vezes vi de longe que alguns do grupo tomavam iniciativa de pedir aos passantes da praça, que acabavam negando e até mesmo preferindo ignorar a situação, e tudo isso me fez chegar a conclusão que “quanto mais eu conheço as pessoas, mas amo meu cachorro”. Ele que disfarçado de uma “piranha cacarejante dono de um par de olhos pidões” é um animalzinho único, generoso que só ele. Portanto, nobre leitor (a) tente... tente ao menos adotar a nobreza de um cãozinho de 2 meses de vida e ao menos enxergue as pessoas que necessitam e dentro do pouco que puder pratique o bem ao próximo e faça a diferença na vida de alguém, afinal nunca é tarde para amar.