O RASCISMO E SUAS FACETAS 3
POIS É, A VIDA ME DEU NOVAMENTE A PROVA QUE TANTO DECLARO EM CONVERSAS E DISCURSÕES - Foi nesta semana que passou, fui ao centro comercial pois é quele dia do mês em que a gente tem e deve de pagar as contas.
Terminado o pago, me sobrou um quase nada e como as duas jarras plásticas de casa foram trincadas devido ao uso errado dentro do freezer, tive de ir a uma dessas lojas de utilidades.
Bem, eu já havia ido nesta e na da frente desta.
Ambas ficam na avenida principal próximo a praça da igreja matriz de SÃO PEDRO.
Logo de inicio eu senti aquele frio, o frio de meus antepassados.
A moça estava com seu esposo na calçada, nisso tinha acabado de sair um freguês, eu ia direto no corredor de plásticos mais optei por ficar no balcão, olhando alguns objetos, o esposo dela entrou, por incrível que pareça eu o conheço, não somos amigos mais trabalhamos na mesma empresa, por assim dizer.
E ai se fez o fato, a loja estava um tanto escura, ausente de uma luz natural devido ao toldo estendido em frente, a mulher entrou e num gesto nada humano acendeu a luz.
Gente, pensem o que quiserem, mais eu ali me senti muito incomodado, por ser negro tem que ser assim.
O olhar dela para mim disse tudo, sim, foi rascismo.
O mesmo rascismo que já tive de enfrentar em tantas outras ocasiões.
Ela olhou para o marido e me olhou tentou ser cortês, não deu certo, já trabalhei em comércio e sou filho de comerciante, sempre que algo parecido acontecia, antes de ligar a luz eu fazia algum comentário, de modo a não deixar o freguês a ficar desconfortável com aquilo.
Assim que eu disse ao marido dela o que eu precisava, ele veio a me atender, ela olhou fixo em mim e pegou um pano de limpeza e disse que ia lava-lo, novamente seu olhar foi preciso e um tanto cauteloso.
Até quando, negros não poderão comprar e se divertir?
Por que sempre que um negro entra, tem sempre um segurança ou vendedor finjindo estar arrumando algo para nos vigiar.
Somos ladrões, acho que este paradigma ainda irá perdurar por tantos tempos.
Mais aceitam nosso dinheiro e nosso sangue no trabalho, desde que nunca ultrapassamos as cozinhas e privadas.
Lá no passado eu ouvi de uma colega de trabalho bem próxima de meu encarregado na época, que gente de minha raça, são fortes, bom para o campo e trabalho braçal, lerdos em racíocinio e sem educação, porém com grande saúde, dificilmente ficamos doentes.
Se isso me feriu na época, sai da sala e corri para o banheiro e lá chorei muito, o que mudou de lá para cá?
Quase nada, só os algozes que se tornaram mais mascarados e uma sociedade que insiste em dizer, não sou rascista, mais jamais se levanta a favor do negro em situações adversas a normalidade.
Por que para eles, normal é isso, os negros tem de ser colocados no seu devido lugar.
EU DIGO, O MEU LUGAR É ONDE EU QUISER E ASSIM EU SOU.
23112020................