O TIZIU INCÔMODO
Não contava ele com beleza inconfundível do beija-flor, ou com o maravilhoso canto do canário e menos ainda com o afeto sonoro que nos enviam os sabiás.
No entanto, o tal, tinha uma altivez que impressionava. Seu canto repetitivo e seu malabarismo irretocável, maravilhava os olhos de seus apreciadores.
Ele não era um único da espécie que ficava por ali fazendo a sua algazarra, ouvia-se outros como ele um pouco mais distantes.
O tempo se encarregou de mandá-lo para longe, uma ocupação no terreno ao lado tirou-lhe o espaço. Seu farrear deixou de incomodar aos que dormiam além das oito da manhã, já não se reclamava mais dele com seu barulho matutino.
A poeira, os roncos dos carros e motos, as máquinas nas construções, o vai e vem das pessoas com seu vozerio tomaram o lugar do tiziu incômodo.
Será que agora se dorme bem além das seis da manhã?
Será que tudo isso irá embora como foi o tiziu?
Será que não conviria ir procurar um tiziu barulhento em outro lugar?