SÃO PAULO-METRÓPOLE
Não posso dizer o nome do locutor ou do programa de rádio, porque não me recordo, mas o chavão era: “São Paulo, a cidade que mais cresce no mundo!”.
Não sei se existia base para essa afirmação, se havia comprovação. A verdade é que São Paulo era mesmo uma loucura danada, os lugares se modificavam em velocidade alucinante.
Quando lá chegamos, fomos residir na cidade de Santo André, no ABC, região metropolitana de São Paulo.
Talvez a minha natureza desbravadora somada com a necessidade de sobrevivência tenha me levado a um espetáculo, se é correta essa palavra, que foi conhecer razoavelmente boa parte da metrópole e o maravilhoso centro da capital paulista.
Ao alcance popular existia como transporte a linha de trem de subúrbio Santos/Jundiaí, que na verdade nunca ia até Jundiaí em uma extremidade e nem a Santos, na outra extremidade. O percurso usual mais longo, com poucos horários, ligavam o famoso Bairro Paranapiacaba, município de Santo André, no alto da Serra do Mar, ao outro extremo, a cidade de Francisco Morato.
Existiam também as linha de ônibus vindas de Mauá ou Ribeirão Pires, que passavam por Santo André, tendo como destino o Parque Dom Pedro II, na capital.
No nosso caso, existia uma linha de ônibus que saía do nosso bairro e ia também ao Parque do Pedro II, a desvantagem era o percurso com mais de duas horas de duração.
Quando viajava pelo trem não se conseguia observar muito a cidade, o que naturalmente se via eram construções industriais, com grande predominância da IRFM- Indústrias Reunidas Francisco Matarazo.
As viagens mais constantes eram de trem, mas eu gostava também do ônibus demorado, que passava por muitos lugares interessantes e se via muito o quanto de construções existiam ao longo do trajeto.
Esse ônibus passava bem ao lado o então fascinante Parque Xangai. Achava tão espetacular o Parque Xangai, que poderia dizer: “Quem viu, viu! Quem não viu, perdeu!”. Ficava na Baixada do Glicério.
Logo o parque desapareceu e ali foi construído um emaranhado de viadutos, que naquele ponto facilitaram o cruzamento da via leste/oeste com a norte/sul, que margeava o Rio Tamanduateí, melhorando, inclusive, a interligação delas.
Tão rápido quanto ao desaparecimento do parque, foi a transformação da Praça Clóvis Beviláqua, a qual tinha conhecido recentemente e quando voltei encontrei tudo diferente, uma enorme praça.
O nome daquele pedaço acho que oficialmente permanece, mas popularmente tudo virou Praça da Sé.
Escreveria inúmeras páginas para mencionar as mudanças rápidas que observei, tanto nas partes centrais quanto nas periferias.
Não sei avaliar se foi para o bem ou para o mal, mas a verdade é que o crescimento da capital paulista era mesmo espantoso.