Um amor igual
Um amor igual
Nos encontramos a noite no terminal rodoviário de sua cidade após chegar de uma longa viagem. Tinha a pele morena e uma beleza comum, normal ao seu tipo, seu nome bem feminino, soava aos meus ouvidos com uma feliz expectativa do que muito de bom me esperava.
Não me era totalmente estranha, já a conhecia por fotos tendo até
a visto antes, mas agora ao revê-la, era com um olhar diferente.
Um olhar de desejo, como uma certeza que ela poderia ser minha.
Foi amor à primeira vista e após pouco tempo juntos, pegávamos a estrada. Fizemos uma viagem maravilhosa, por várias vezes não resisti deslizando minhas mãos em seu corpo com gestos de afago e contentamento, ela por sua vez me obedecia por inteiro, atendendo
aos meus anseios com toda a delicadeza e altivez, comum à sua idade.
Dividia já a algum tempo o mesmo teto com uma parente sua, um pouco mais vivida, que me fazia sentir-me bem, também linda e morena como a prima do interior. Em casa, após as devidas apresentações, foi difícil esconder os sentimentos que por ela já nutria.
Com flagrante adultério, esta enciumada, decidiu deixar nossa casa,
e em comum acordo, nos separamos, mas sem antes por um breve tempo, nos proporcionarmos uma boa despedida.
A seu desejo, a levei em um salão para um bom completo tratamento de pele com direito a maquiagem que a tornou radiante como no tempo em que a conheci, e como um último mimo, a presenteei com um lindo par de sapatos pretos, que em sua simplicidade, fez sentir-se mais bonita e atraente e completa.
Dias depois partiu da cidade, sentirei muito sua falta, mesmo sabendo que sua lembrança será apagada aos poucos pela presença da bela e jovem morena paraense, que me dominou por inteiro.
Mesmo com um leve peso de saudade, me acostumei com o novo bem, ao deixa-la em algum local, sinto-me encher o peito e pesaroso , me conforto com o som agudo de um tchau, e para restabelecer minha alegria ao voltar a vê-la, me vejo sorrir, ao ser recepcionado por dois estalos, como o som de dois beijos de pura felicidade...
Olho e sinto ter às mãos o controle, aperto com firmeza e sinto entre os dedos, a chave da felicidade, felicidade que carinhosamente, chamo pelo nome gravado no chaveiro:
Sabrinna Satto...
Uma nova strada em minha vida.
Imperatriz, 28 de outubro de 2020