E agora?
E agora?
De repente acordei novamente...
A vida parece mais amarga agora. O sol entre nuvens parece não nos aquecer por igual. As ruas parecem cansadas. As casas estão desoladas. O vento sopra... não sabe mais qual é o seu papel na natureza. Desajeitado, coitado, não sabe se refresca as pessoas ou se lhes tira os telhados, derruba suas as casas e leva consigo a esperanças de muitos. Os sinos já não tocam mais... foram silenciados, Por que tudo isso acontece?
Tudo nos leva a pensar que o mundo entrou em colapso. E com ele o modelo de sociedade capitalista, individualista, consumista, competidora, egocêntrica, narcisista e devastadora da natureza. Uma crise sem precedentes na história, chegou com a derrocada das condições de vida.
O medo da morte toma conta de muitas pessoas. Outras, cegas e em atitude estúpida, ignoram a guerra que esse inimigo invisível, mas avassalador: o coronavírus, declarou contra a humanidade.
Hoje, no Brasil, registrou-se a mortes de 160.272. Morreram porque não existe vacina, porque o respeito pelo semelhante não foi suficiente para segurar as pessoas em casa. Até que gostariam de ficar, mas, não tiveram opção, era sair para trabalhar ou ficar em casa e morrer de fome.
Um país desgovernado que idolatra a manutenção de lucros e acumulação de capital de grandes empresas, postergou medidas urgentes que poderiam impedir tantas mortes. Mas, por que isso acontece?
É tempo de pensar profundamente, refletir e mudar o modo de viver, de conviver e de relacionar com a terra, com a água e com todos os seres vivos da natureza. Pois outros vírus poderão surgir...
A natureza clama por respeito. Se os seres humanos continuarem violentando e devastando todas as condições de vida no planeta, seremos extintos assim como foram os dinossauros.
Mas agora, feche a porta, já é hora de dormir...
Nália Lacerda Viana. 01 de novembro de 2020