Como o mundo será depois de tudo isso?
Como o mundo será depois de tudo isso?
O que vamos deixar para nossos filhos e netos? Um novo normal diferente, mais cautela, pessoas mais precavidas?
Que mundo será esse, com profusão de máscaras, álcool-gel, cancelas especiais, tapetes sanitizantes, câmeras com infravermelho, distanciamento, olhares enviesados para quem espirra de forma exagerada?
Solidariedade de longe, pois o contato físico é proibido. Necessidade de amparar, de cuidar, mas, antes de tudo certificando se a distância necessária está sendo cumprida.
Que normal é esse com estranhamento, festas às escondidas, ruas abarrotas de gente que se esconde por trás de uma máscara que mais serve de cachecol?
Estou perplexa com a nova situação que desponta: é onda vermelhe/amarela/verde e amarela de novo, de repente vermelha...verde... Será que há algum interesse por trás de tudo isso?
Estamos às vésperas de novas eleições... A quem interessa ser precavido nesse momento?
Nas ruas há carreatas... manifestações... tropeçamos em montes de papeis... Como assim? Com os garis não há solidariedade? É necessária tanta sujeira para se divulgar quem realmente quer o bem da sociedade?
Tudo isso se mistura no meu pensamento e me deixa atordoada... não sei se me lembro de estar atenta a um vírus que ainda espera que estejamos menos atentos para voltar a se espalhar com a força toda, ou se presto atenção no desproposito de candidatos que insistem em descumprir promessas antes mesmo de as prometerem.
Será que até o vírus parou de cumprir o seu propósito de morte em respeito as eleições? Está mais quieto, reservado, à espreita... Ficou em segundo plano pois há interesses muito maiores em jogo. O interesse dos políticos que se propõem em “olhar” pelo povo, mas que olhar mais enviesado!!! Pois se esquecem de que nesse momento muito mais do que jogar dinheiro fora em forma de cartazes, panfletos e “santinhos” as pessoas precisam de comida, abrigo, emprego e proteção...
Nália Lacerda Viana, 28 de outubro de 2020