AS PESSOAS "PERFEITAS" DA NOSSA SOCIEDADE
AS PESSOAS "PERFEITAS" DA NOSSA SOCIEDADE
Não podemos restringir as más memorias de nossa mente, mas o que fazer? Apenas suportar. Veio-me hoje á memória de quando estava recém separado da minha ex esposa. Eu professor de uma das escolas daqui de Salvador. Tinha uma moça bonita, 34 anos, fazia trabalho de serviços gerais, terceirizada, na referida escola.Ela separada, com um filho. Comecei me encantar por ela, de certa forma ela também.
Marcamos um cinema,mas aos poucos percebi que não existia uma reciprocidade por parte dela em relação aos meus sentimentos,mas um interesse velado pela minha posição de professor para que eu intervisse junto a diretora quando havia algum problema em relação a ela. No cinema malmente segurava minha mão quando sentados nas cadeiras. Beijos? Só um, e bem frio, quanto mais o resto. Durou um mês.
Seu preconceito para comigo foi clamoroso por eu andar com duas muletas devido a paralisia infantil ocorrida na minha infância quando eu tinha quatro anos de idade. No entanto, não tive para com nenhum preconceito diante da nossa diferença social, por ela limpar latrinas tanto de alunos quanto de professores. A vergonha social que chama atenção é aquela que está a vista, o lado exterior. Mas e as vergonhas que estão nos recônditos entre quatro paredes? A pedofilia quando não revelada, o espancamentos de mulheres quando não escancarados, a zoofilia quando não deslindados, o incesto quando não faiscantes e tão bem retratado por Nelson Rodrigues.
Enxerga-se com olhar de nojo, de pouca importância, de "pena", nenhuma paciência para os que usam muletas, cadeira de rodas. Todas essas pessoas "perfeitas" são os suprassumos da perfeição da natureza.