O DIA DOS PAIS ME TRAZ GRANDES RECORDAÇÕES
Há 51 anos chegava em Salvador, um domingo do dia dos pais. Era um adolescente com seus 11 anos de idade. Chegava na casa de uma nova família para me integrar, me adaptar a um novo tempo. Minha mãe morrera quando eu tinha 8 anos de idade, fiquei durante esse tempo todo de um lado para outro, da casa de outras meias irmãs, até meu meio irmão por parte de pai selar o meu destino, quando ele soube da minha existência mandou uma passagem de avião para minha madrinha, onde estava temporariamente em sua casa.
Foi no dia dos pais, em agosto de 1969, estava eu chegando em Salvador,saindo de Barreiras, município da Bahia há quase 800 quilômetros da capital. Minha cidade natal que não guardo grandes recordações. A partir dessa data eu adotaria Salvador como minha verdadeira cidade do coração.
Ao chegar naquela casa, vê pessoas estranhas, vendo adolescentes,filhos do meu irmão com minha cunhada foi um grande impacto. Parentes da minha cunhada tinham restrições a mim, não sabiam da minha origem, muitos deles foram contra eu ser adotado por meu irmão e minha cunhada.Eles assumiram o risco da doação mesmo sobre pressão.
A convivência com esses novos irmãos não foi fácil, tive também resistência, porém o tempo, sempre ele, se encarregou de eles estavam errados. Superei as adversidades, aprendi a ler em casa, depois tirei meu ginásio e o segundo grau através do supletivo, e finalmente chegando a Universidade Federal da Bahia. Fiz o curso Ciências Sociais, curso esse que me era possível de faze naquele dado contexto em que me encontrava.
A vida acadêmica foi de grande aprendizado, anos memoráveis, inesquecíveis. Lutei muito até onde pude chegar.
Dia dos pais me traz essa feliz recordação, o começo de uma nova vida,de uma nova oportunidade que o universo me dera. Acredito muito na Lei do Universo, no destino, mas que cada um tem que aproveitar, oportunizar as chances que lhes são oferecidas.