A PROFESSORINHA E SUA SANTA INGENUIDADE

Ontem assistindo uma reportagem no SBT notícias sobre o esforço, a dedicação de uma professora em atender seus alunos separadamente na rua, literalmente na rua, como não poderia deixar de ser, trata-se de uma professora de escola pública.

A sua dedicação, o seu desprendimento deve-se ao momento que vivemos, a pandemia. A professorinha aqui no diminuitivo carinhoso e nenhum demérito, mostra uma atitude de altruísmo,devoção e de amor a nossa profissão. Louve-se sua intenção.

Por um lado tem seu ponto positivo, não podemos negar, diante de tanto desdem para com o ser humano, falta de carinho, de atenção,sua aplicação é de grandeza. Mas por outro lado, tudo na vida tem um outro lado, a iniciativa dela traz também um ponto negativo,ela sem querer, na sua santa ingenuidade coloca a posição dos profissionais de educação,no caso dos professores, como reféns das raposas políticas,dos governantes que sempre foram usados como joguetes,com raríssimas exceções, como uma forma de denegrir, de humilhar nossa categoria.

Os governantes,em sua maioria, sempre usaram o discurso de que ser professor é um sacerdócio, e não um profissional que trabalha, se dedica, que tem amor a sua profissão, mas que também quer em troca condições dignas como bons salários, melhores condições de ambiente tanto para nós quanto para o alunos.

Um sacerdócio faz a sua atividade porque ama aquilo que atua, independente de reconhecimento ou não. Nossa professorinha da reportagem sem querer aguça a ideologia do conformismo do profissional de educação, e que tanto os sindicatos tentaram e ainda tentam tirar esse velho discurso dos governantes.

inclemente
Enviado por inclemente em 08/08/2020
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