Crônica a Unaí

CRÔNICA SOBRE UNAÍ

Segundo https://www.cidadesdomeubrasil.com.br/mg/unai, a cidade de Unaí teve origem com a chegada de Domingos Pinto Brochado, acompanhado do Padre Antão José da Rocha, a família Rodrigues Barbosa e Clemente José Souto a uma área pertencente ao município de Paracatu e se aglomerando às margens do Rio Preto. Assim, criaram um povoado chamado CAPIM BRANCO, que em 1873 foi elevado à categoria de DISTRITO sob a denominação de RIO PRETO e em 31 de dezembro de 1943, pela Lei Provincial n.º 1.993, de 13-11-1873, e pela Lei Estadual n.º 2, de 14-09-1891 foi emancipado criando o município, cuja sede é a nossa UNAÍ/MG.

Eu, urucuiano arinense, a conheci no ano de 1968. Na época era uma pequena, mas promissora cidade, administrada pelo saudoso Tão (Sebastião Alves Pinheiro).

A cidade compunha-se de apenas o centro e Bairro Cachoeira. Era uma cidade de gente simples, interiorana e sua economia, originava da produção rural e extrativismo de madeira; criação de gado vacum; produção agrícola e principalmente da extração de madeira da espécie, pau-ferro. Madeira nobre comum na região, no município e municípios Vizinhos.

A cidade era habitada por fazendeiros, alguns comerciantes e frequentemente visitada por forasteiros: peões e camaradas ( trabalhadores braçais).

Na época o município já destacava na agricultura, pois, se revelava grande produtor de milho e feijão. Os principais centros agrícolas eram, as fazendas, Mozondó, Fartura e Mata Velha, não obstando outro diversos núcleos espalhados pelo município. A cidade recebia gente vinda de todos os rincões para serem distribuídas às fazendas que abrigavam tais atividades, nas margens dos rios e encostas de serras, em solo preto (cultura). Porém, com as carvoarias que surgiram nesta época, dando origem ao desmatamento dos cerrados de solos vermelhos (vão) ou solo brando (chapadas), também surgiram lavouras com ou sem irrigação, modernizando a agricultura.

Por toda essa dinâmica, existiam na cidade, várias pensões e dormitórios que se encontravam sempre cheios e eu me hospedei em uma dessas pensões pelo breve tempo de um ano. Na pensão de Alexandrina e Elói.

Pela necessidade de mão-de-obra para tanto, a cidade era frequentada por peões e trabalhadores braçais vindo de diversas regiões para prestar seus serviços, se hospedavam em tais pensões para logo em seguida partirem para o meio rural.

Na época, já começava na cidade uma certa movimentação de ônibus para cidades vizinhas, vilas e povoado e até fazendas. As vilas e povoados surgiam pela então dinâmica regional.

O então prefeito, imbuído de grande senso de progresso, rasgava os serões unaienses com tratores e patrolas abrindo estradas, diminuindo as distâncias e ligando a cidade com toda sua área rural, possibilitando o transporte de riquezas trazidas nos bagageiros dos ônibus, o que provocava grande aglomeração e comércio de feijão, porco, galinhas, ovos e outros na Boca da Ponte, ponto na entrada da cidade, famoso para o comércio ambulante de Unaí.

Um dos pontos turísticos para os jovens da época, era a Pedra D’urubu. Ali a gente praticava uma pescadinha de anzol nos domingos ou qualquer hora que a gente estivesse desocupado, sem nenhum outro programa. Não pescava peixe nenhum, mas podia acender um pequeno braseiro, moqueava um pedaço de carne ou linguiça e comia degustando uma Pindaíba, cachaça da moda na época. Muitas vezes ao lado sobre a pedra um toca-discos rodando um disco de um cantor da Jovem-Guarda.

Eu , muitas vezes cometi esses programas que muito chamavam, Programa de Índio, mas era gostoso!

São muitas reminiscências daquela época que me fazem filho muito grato de Unaí. Aqui ainda vivo 52 anos depois de haver conhecido querida acidade que me recebeu de braços abertos e me adorou, pelo que a homenageei com a poesia que sege e que escrevi procurando fazer o seu retrato :

Unaí de um grande povo que tem como princípio:

Acolher o forasteiro, que fez do seu município

Maior produtor de grãos desse alteroso Estado.

É Unaí das grandes safras e dos chapadões plantados.

Unaí do Capim Branco e da Pedra do Urubu.

Unaí cidade filha da mãe Paracatu;

Unaí da Mata Velha, primórdio da agricultura;

Unaí das grandes safras, é a terra da Fartura!

Unaí cidade polo de admirável progresso

Encontrou na agricultura o caminho do sucesso:

Teve o ciclo da madeira e depois o do carvão,

Tem agricultura moderna, à base de irrigação.

Unaí, mãe adotiva desse povo imigrante,

Que o seu solo cultiva, com uma força gigante

Gerando riquezas com o mais árduo labor:

Presente que Deus nos deu com carinho e amor.

Unaí também leiteira, com abundante pecuária;

Sua gente hospitaleira faz a reforma agrária

atende assentamentos aumentando a produção

Produzindo alimentos, conforme sua vocação.

Unaí, grande celeiro desse Estado a que pertence.

É uma mãe carinhosa deste povo unaiense

Que trabalha incansável conquistando vitórias

Com muito trabalho e escrevendo a sua história!