Mesmo que o tempo parta
Existe uma diferença bem grande
Mesmo que o tempo parta, não terei como voltar ao velho sentimento que me parte ao meio. Ainda me vejo em dois lados opostos e sei que eles podem gerar conflitos. Mas isso deve fazer parte da vida, porque é a única forma que encontrei para curar antigas feridas.
Tudo acontece quando abro os olhos pela manhã. Vejo a claridade do dia, o canto dos pássaros enjaulados, um cansaço que acorda comigo e a certeza de que ganhei mais um dia em um domingo apático e introvertido.
Mas tudo se perde e se modifica pelo decorrer da tarde. Com o avanço do sol eu me vejo fugindo por um único atalho. Não sei aonde eu posso chegar, mas se eu não sair sei que nada mais poderei encontrar.
Isso faz com que eu me coloque em cima de um altar. Sentindo raiva, aflito e esperançoso para que o planeta Terra não chegue a acabar. Tudo indica que estamos chegando em um fim difícil de evitar. E eu me apego a este mundo tão bonito e tão peculiar.
Ainda me encontro deitado e refletindo se devo ou não o café tomar. Não quero me viciar em mais uma substância que sei que no futuro pode ser difícil de tirar. Mas além do que beber ou comer, sinto que o dia eu devo aproveitar.
Começando pelo que me anima. Pelo que vibra minhas energias e me faz querer totalmente me entregar. Ainda estou pensando em qual melhor lugar para eu morar. Mas existe uma diferença bem grande entre o que eu penso e entre a realidade que se projeta em qualquer espaço que eu vá.
E sei que não devo mais fugir de qualquer coisa que apareça para mim. Devo saber a hora de voltar e se o tempo ainda comigo irá contar. Irei repetir frases até que eles finalmente façam sentido ou encontrem fora de mim um estável lar. Me apego a todas as minhas partes quebradas e confusas, pois sei que um dia ainda terei que às juntar.