ENSINAMENTOS DO PAPA JOÃO PAULO II (Agora São João Paulo II, canonizado em 27 de abril de 2014 pelo Papa Francisco) – Na foto ele está tomando chimarrão e disse: “ Papa é gaúcho?!”, quando esteve em Porto Alegre – RS, há 40 anos, 4.7.1980). IALMAR PIO

ENSINAMENTOS DO PAPA JOÃO PAULO II (Agora São João Paulo II, canonizado em 27 de abril de 2014 pelo Papa Francisco) – Na foto ele está tomando chimarrão e disse: “ Papa é gaúcho?!”, quando esteve em Porto Alegre – RS, há 40 anos, 4.7.1980).

IALMAR PIO SCHNEIDER

O falecimento do Papa João Paulo II, ocorrido em 2 do corrente, trouxe um despertar espiritual para todos os povos. Acredito, com certeza, que nunca houve um Pontífice que tanto realizou em matéria de aproximação das pessoas que professam a religião legada por Jesus Cristo, nos cinco Continentes do Mundo. É de lembrar-se de quando esteve passando por aqui em nosso Estado, ele experimentou o chimarrão e ao coro que o aclamava, entusiasticamente, interrogou: “O Papa é gaúcho? !”

Tenho aqui uma Antologia Poética, comemorativa do 17º Aniversário da Casa do Poeta Riograndense, de 1981, em que à pg. 37, o inspirado poeta Cezar M. Pinto, escreveu-lhe o seguinte soneto: “João Paulo II – Tua presença branca em meu caminho/ Tem a expressão da Divinal Presença,/ Renova minha esperança e minha crença/ De que este mundo não está sozinho.// Abranda o egoísmo, a indiferença/ De cada coração, por mais mesquinho,/ E deixa em tudo um pouco de carinho/ Que a qualquer sofrimento recompensa.// E porque vieste ao meu encontro creio/ Que serei mais humano por teu meio;/ Que meu caminho a Deus começa em ti.// Que ficará em tua bênção, teu aceno,/ A impressão de que Cristo Nazareno/ Também passou sorrindo por aqui.” Nota-se que, por onde andou, sempre foi pregando a bondade e a igualdade, a solidariedade entre os indivíduos e o seu carisma conquistando os corações...

Em Palavras do Papa – João Paulo II, Editora Tecnoprint Ltda., 1984, pg. 63 do livro com introdução e Seleção de: Antonio Carlos Villaça, se referiu falando aos operários a cuja classe pertenceu na juventude e, por conseguinte, conhecia as agruras do labor cotidiano, de quem luta para sobreviver, também tendo trabalhado até o fim, assim: “O trabalho associa vocês mais estreitamente à redenção que Cristo realizou pela cruz, quando os leva a aceitar tudo o que há de penoso, de cansativo, de mortificante, de crucificante na monotonia quotidiana; quando os leva ainda a unir seus sofrimentos aos sofrimentos do Salvador, para completar “o que falta à Paixão de Cristo, em favor do seu Corpo que é a Igreja” (Col 1,24). Por isso, o trabalho os leva, enfim, a sentirem-se solidários com todos os seus irmãos – aqui no Brasil e em todo o mundo. Ele faz de vocês construtores da grande família humana, mais ainda, de toda a Igreja, no vínculo da caridade, porque cada um é chamado a ajudar o outro (cf. Gál 6,2), na exigência sempre renovada de uma recíproca colaboração, e na ajuda interpessoal pela qual nós homens somos necessários uns aos outros, sem excluir ninguém.”” Veja-se, que em sua fala não esquecia dos excluídos, termo que tanto se tem empregado agora.

Também quando o Presidente José Sarney, esteve visitando-o no Vaticano, despedindo-se, assisti pela Televisão, que expressou-se: “Não deixe fracassar a Reforma Agrária”. Mais ou menos nestes termos. Só que esta ainda permanece indefinida e vai devagar e a meu ver, desorganizada. Se um País com tanta terra agricultável apresenta uma dificuldade deste tamanho, o que dizer de outros !

Mas dizia: “O bem comum da sociedade, que será sempre o novo nome da justiça, não pode ser obtido pela violência, pois a violência destrói o que pretende criar, seja quando procura manter os privilégios de alguns seja quando tenta impor as transformações necessárias. As modificações exigidas pela ordem social justa devem ser realizadas por uma ação constante – muitas vezes gradual e progressiva, mas sempre eficaz – no caminho das reformas pacíficas”. – pg. 66 do livro acima.

Encerro, enfatizando um pedido ao Pontífice João Paulo II, que à presença do Senhor a quem tanto serviu aqui na Terra, nos conceda a Paz e a Solidariedade tão necessárias para prosseguirmos. Até outra oportunidade...

Poeta e cronista – E-mail: menestrel@brturbo.com.br

Publicado em 13 de abril de 2005 – no Diário de Canoas.

Ialmar Pio
Enviado por Ialmar Pio em 04/07/2020
Reeditado em 04/07/2020
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