Vamos fazer tremer, uai.
Vamos fazer tremer, uai.
Nascemos. Claro. E um dia morreremos. Com certeza.
Importa, pois, o que faremos no meio do caminho. E como importa ué.
Esse é um dos nossos propósitos: não deixar que o meio do caminho torne-se obscuro, pesado, fastidioso, deprimente.
Tampouco burro, ignoto, ignaro, ignorante... Será possível? Uai, não é o nosso propósito?
É preciso, antes de tudo, questionar. Questione-se. Questionar e refletir. Reflita-se.
Com essas duas simples ações, podemos iluminar o meio do caminho, dando passos mais seguros, confiantes. Passos mais certos. Lembre-se que temos um propósito.
E por que vamos fazer tremer?
Primeiro, porque o mundo, além de líquido, é trêmulo. Nada fica em pé: nenhuma ideologia, nenhum ideal, nenhum sonho, nenhuma instituição. Tudo sucumbe, à falta de alicerces sólidos.
Os alicerces de nossa sociedade atual, desculpem, mas tremem. Chacoalham ante a força de qualquer movimento: midiático, populista, demagógico, pseudopartidário e quejandos.
Segundo porque, saindo da passividade, desejamos fazer os outros tremerem. De medo? Não, quem nos dera!!
Seremos, tal qual o livro do 'Bruxo do Cosme Velho'. Poucos leitores.
Mas que tremam de vergonha, de espanto, de surpresa... e até mesmo de entusiasmo.
E, finalmente, porque o Sistema de Justiça Brasileiro (aqui incluindo Judiciário, Defensoria, Ministério Público, Advocacia, Procuradorias e Universidades) cultivam um direito que treme, nas mãos de uma Thêmis com 'parkinson'.
A impunidade grassa; o devedor não paga; o calote se institucionaliza; as decisões não são cumpridas; bandidos poderosos são libertos; alta cúpula do Judiciário legislando, executando; julgando.
Fazer o filósofo, político e escritor francês Charles-Louis de Secondat (1689-1755), mas conhecido por Montesquieu, quem desenvolveu, no século XVIII, a “Teoria da Separação dos Poderes”, estrebuchar na sua tumba de raiva;
Fazer com que essa teoria relatada em sua obra “O Espírito das Leis”, que apresentava a divisão dos poderes políticos e seus respectivos campos de atuação, seja reescrito com a assessoria jurídica de nossa mais alta corte.
Esse é nosso sistema de Justiça: treme, sob a ruína de uma mentalidade avessa à razão, à lógica, à lei, ao coletivo.
Enfim, nascemos. Claro. E um dia morreremos. Com certeza.
Importa, pois, o que faremos no meio do caminho. E como importa ué.
Vamos ver por que razão, afinal.
Extrema, 27/06/2020.
1000tons