O cão

Sim! o cão é o meu mesmo, um filhote de um ano.

Gostaria de dizer que ele é fofo e dengoso como a maioria dos filhotes. Mas não é assim. Desde que chegou a nossa casa com apenas 1 mês já era um filhotinho de brutalidade, latia como cachorro grande, e não chorou nenhum noite. Sempre foi um filhotinho bem valente.

É bom que ele seja assim valente, apesar dessa valentia toda estar contida num corpinho tão pequeno. Assim ele que passa grande parte dos seus dias e noites solto no quintal. Esse quintal que pra ele é o mundo, e que só apronta. Não perde a chance de devorar um pregador caído no chão, de destruir uma plantinha, de puxar algum pano que está pendente do varal, ou de invadir a varanda e roupar o carpete de entrada.

Esses dias meu pai ganhou uma mudinha de jabuticaba, linda, e crescida já com um ano. O sonho da minha mãe sempre foi ter um pezinho de jabuticaba. E ela teve por algumas horas, até o cão devorar e só encontrarmos os galhos secos e estirados pelo quintal.

Ele já destruiu tanta coisa que a lista é longa pra contar aqui. Mas há algo de verdade quando se diz “meu cachorro comeu meu trabalho”. Sim! Ele comeu meu trabalho literalmente, o deixou em pedaços, e olha que nem sou mais estudante, mas professora. Qual foi a minha cara de chegar para o meu patrão e falar isso. Imaginem! Sendo tudo verdade, que de tão verdade parece até mentira.

Esse é o cão, cada história que se contada não é acreditada.