RESPOSTA
A crônica de hoje saiu em horário nobre, pois passei o dia matutando uma resposta para um questionamento nada comum, uma indagação que fugiu completamente do rotineiro. Pegou-me de sopetão, dando um bug geral no âmago do meu cérebro e confabulei com as paredes sobre esse estranho momento. Eis o que fez gangrenar meus circuitos nervosos “Esse é o desafio: você consegue descrever uma pergunta intrigante?”
A resposta, já digo, é bem clara, objetiva e sem rodeios: Não! Primeiro porque abri o baú de memórias da minha cachola e naquela desorganização fiquei perdido, não encontrando vestígios de uma “pergunta intrigante”. Eu sei que existe uma, duas, três guardadas ali dentro do crânio, mas não tive capacidade de achá-las por dia inteiro. Às vezes eu me deitava sobre o divã – um sofá encardido, já velho combatente da minha vida de pesquisas – e com ele buscava refletir sobre esse instante infeliz que se tornou tão intrigante como a pergunta que está escondida nos confins da memória cerebral. Restou-me fazer uma retratação a respeito desse enigmático esquecimento. Serão os sintomas da velhice?
Por fim, o mais interessante nessa história toda é que, intrigado com toda essa situação, mesmo sem uma vontade afoita ou uma inspiração de minha alma, vim responder a seguinte pergunta que surgiu depois: “Será que existe uma resposta intrigante para uma pergunta intrigante?”. Como pesquisador, eu digo que de fato sim. Uma resposta, quase sempre te leva a uma nova pergunta. Fiquemos com essa filosofia. Um abraço!