DOR
Palavra pequena, que na maioria das vezes trás consigo um enorme fardo; a dor é algo comum à vida, ela está constantemente presente no existir.
Mas ainda assim me pergunto, como acabamos com a dor?
Cientificamente falando, ela é uma experiência (desagradável) física ou emocional. Especificando, desde um arranhão causado por uma pequena queda, que arde e incomoda, ao grande e angustiante aperto de um coração partido. A primeira, é curada através de analgésicos, curativos, dentre outros meios. Mas, como curamos aquilo que não pode ser alcançado? Como retirar a sujeira que fica por cima de uma ferida intocável? Como amenizar o ardor de algo que não pode ser saciado pelos remédios?
Enquanto escrevo, sinto a dor da perda, a inquietação causada pela minha inutilidade existencial, é algo bem incômodo, acredito que isso faz da mesma, a pior entre as dores; de querer atingir o inatingível, de fazer o impossível e resgatar o que já se perdeu, porém, já é tarde, todo querer é em vão.
Eis aqui talvez, a explicação: a dor emocional é igual a dor de um grande machucado físico, que demora vários dias para se fechar, contudo, ainda que curado, resta uma cicatriz, que permanecerá ali para sempre, nos lembrando do dia em que nos ferimos. A realidade é que a dor não acaba nunca, nós simplesmente nos acostumamos a ela, mais ainda vamos nos lembrar as vezes, afinal, ainda resta a cicatriz para nos lembrar que um dia a ferida existiu.