Loucos não morrem
Loucos não morrem. Loucos somem, ou desaparecem. Dias atrás, um homem, de idade avançada, bem avançada, irmão, suspeito, do Matusalém, disse-me que há muitos anos não vê um certo louco que perambulava pelas ruas daqui de Pindamonhangaba. Perguntei-lhe se tal louco morreu. Disse-me o meu provecto interlocutor que ele sumiu, que ele desapareceu, e que a última vez que o viu foi antes do Tri, referindo-se à conquista, pela seleção canarinho, da Jules Rimet. Mas ele morreu? insisti. E ele me disse que o louco sumiu, desapareceu. Não passa pela cabeça do meu interlocutor ancião que o louco, após cinquenta anos de desaparecimento, talvez tenha morrido.