O que esperar de um mundo pós pandemia?

Em meados do século XIV a Yersinia pestis tirou a vida de milhares de pessoas da Europa e Ásia. Historiadores acreditam que o peste bubônica, como ficou conhecida, nasceu na China e através de uma expedição italiana chegou à Europa, onde se espalhou rapidamente.

A típica pergunta que surge em momentos de crise veio à tona novamente durante a pandemia da peste bubônica, a culpa é de quem? Estrangeiros, mendigos e leprosos foram considerado os responsáveis, judeus também foram agredidos e até executados por supostamente serem o motivo da pandemia.

Em pleno século XXI durante a pandemia do Coronavirus, essa pergunta surgiu novamente. Bom, pelo menos os que julgavam que a culpa fosse de alguém, desta vez não mataram...diretamente, mas talvez indiretamente. Apesar de hoje termos a tecnologia da informação e comunicação muito mais apurada e avançada que no século XIV o ser humano (ou pelo menos alguns em especial políticos) segue a mesma linha de raciocínio do século XIV, achar um culpado para o problema ao invés de procurar por uma solução. Isso só mostra o quanto a humanidade (ou parte dela) evoluiu desde a peste bubônica até o presente momento.

Países que tiram proveito dos avanços tecnológicos atuais e procuram cooperações de diversas maneiras, sejam elas entre Estado e empresas privadas têm tido melhores resultados. Pois como dizia Darwin não são os mais fortes nem os mais inteligentes que sobrevivem e sim os que melhores se adaptam às mudanças.

Outro fato que chama a atenção sobre a pandemia da peste bubônica é como a Itália (país mais afetado pela peste) reagiu posteriormente. O humanismo se desenvolveu entre os séculos XV e XVI contribuiu com o avanço de diversas áreas, dentre elas, filosofia, história, poesia, matemática, etc. Através do Humanismo, surgiu o Renascimento que acarretou num aumento na produção cultural (com a ajuda de mecenato) nunca visto até o momento. Leonardo da Vinci, Michelangelo, William Shakespeare, entre outros fizeram parte deste movimento, considerado um dos mais ricos de cultura e diversidade de toda nossa história. Uma de suas idéias principais era contestar a verdade absoluta, que naquele tempo era defendida/proclamada pela igreja católica. A atitude crítica de novos cientistas e pensadores desta época, converteram-se em novas idéias, análises, hipóteses discutidas até hoje.

Voltando para a pandemia atual que nos rodeia, o que nos espera no futuro? Os impactos econômicos já estão visíveis a todos, desemprego aumentando, recessão global já está programada. Em contrapartida, a valorização de profissionais de saúde e educação que não ganham tanto quanto atores nem jogadores de futebol, agora está sendo reconhecida. A educação mostra sua nova cara neste mundo tão globalizado, aulas virtuais a partir de agora serão cada vez mais comuns. Será esse um marco para a humanidade onde num mundo pós pandemia começaremos como no Renascimento a escrever uma nova história? Pergunta difícil de ser respondida, entre o que desejamos para o futuro e o que temos agora, existe um grande abismo, que para superá-lo estamos nos unindo e construindo pontes de solidariedade entre diversas classes sociais.A esperança existe, porém o futuro ainda é incerto. Mas talvez esse pensamento renascentista que provocou toda esta revolução na história volte a pairar sobre a humanidade e seja uma luz que nos trilhe para um caminho de novas descobertas e muita prosperidade.

Luis Couto
Enviado por Luis Couto em 07/05/2020
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