Matuto e Maiakovski
NADA não, mas estou meio cabreiro e a ficha caiu, acho que estava mesmo insistindo muito num samba de uma nota só, forçando a barra, assim vou tenar comer o angu pelas beiradas, mas sem abrir mão do que penso. Vamos, pois, à maltraçada de hoje,
Espero que não riam de mim, mas sou mesmo um matuto e um matuto encrenqueiro. Tem mais, daqueles que quando se decepcionam ficam tristes em tempo de ter um troço. Aconteceu ontem. Eu estava lendo um romance de umamericano, Amor Towles, "Um Cavaleiro em Moscou" que conta a história de um conde russo que após a Revolução Bolchevique foi confinado no Hotel Metropol de Moscou. Era hóspede de uma suite de luxo e foi deslocado para um quartinho de empregados. Um romance arretado, mesmo atacando os exageros do novo regime. Literatura é literatura.
Pois bem quando cheguei às páginas 120 - 121, me deparei com algo que me deixou triste, o autor cita fragmento de um poema de Maiakovski que diz: "Brilhar para sempre,/ Brilhar em todo canto,/ Brilhar com brilho eterno/GENTE É PARA BRILHAR? QUE TUFO O MAIS VÁ PRO INFERNO.? Este eé o meu lema/ e do Sol".
Ora, gente é pra brilhar é um verso de uma músicca dee Caetano Verso, "Gente", e que tudo o mais vá pro inferno de outra de Roberto Carlos. Não conhecia o poema do poeta russo. É claro que os compositores brasileiros poem usar um verso de outro poeta, mas deviam revelar isso.
Na verdade quem tinha razão era Chacrinha: "Nada de cria, tdo se copia". E priu. Inté.