À MORTE QUE CHEGA PERTO

Nestes tempos tão ásperos, em que a morte nos ronda a todos, sem distinção ou pedir licença, um exercício interessante é pensarmos nela nos visitando e o cenário que se imporá nesta hora.

Como seria o nosso epitáfio e quem iria chorar ao ver nosso corpo inerte e gelado, e quem não daria a menor bola e até festejaria?

Imaginar quem iria ao nosso velório, mesmo com todas regras impostas para o contato social, e de quem jorrariam lágrimas de dor ou de crocodilo.

Não há morbidez nestas ideias, há apenas uma reflexão sobre uma situação à qual todos estamos sujeitos, querendo admitir ou não.

Pensar se vão usufruir com alegria dos bens que herdarem de nós ou vão se degladiar ferozmente até o último centavo virar pó.

E, sobretudo, se restará de nós uma saudade que suportará bravamente o passar do tempos ou se seremos página virada assim que baixarmos na sepultura.

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 22/04/2020
Reeditado em 22/04/2020
Código do texto: T6924956
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