À MORTE QUE CHEGA PERTO
Nestes tempos tão ásperos, em que a morte nos ronda a todos, sem distinção ou pedir licença, um exercício interessante é pensarmos nela nos visitando e o cenário que se imporá nesta hora.
Como seria o nosso epitáfio e quem iria chorar ao ver nosso corpo inerte e gelado, e quem não daria a menor bola e até festejaria?
Imaginar quem iria ao nosso velório, mesmo com todas regras impostas para o contato social, e de quem jorrariam lágrimas de dor ou de crocodilo.
Não há morbidez nestas ideias, há apenas uma reflexão sobre uma situação à qual todos estamos sujeitos, querendo admitir ou não.
Pensar se vão usufruir com alegria dos bens que herdarem de nós ou vão se degladiar ferozmente até o último centavo virar pó.
E, sobretudo, se restará de nós uma saudade que suportará bravamente o passar do tempos ou se seremos página virada assim que baixarmos na sepultura.