Pensamento Nacional-Socialista de [Opressão] Direitos [Desumanos] Humanos. Nova Linguagem
Nota: Os trechos entre colchetes estão rasurados no manuscrito.
Estamos cientes da dominação da linguagem padrão, que é burguesa, nas escolas brasileiras, linguagem que está a corroer o pensamento dos brasileiros. A Língua Portuguesa, [patrimônio que nos legou Portugal, a pátria-mãe] [maravilha, flor do Lácio], como sabemos, é um instrumento de lobotomização, que perpetua, no pensamento dos brasileiros, a mentalidade dos portugueses, do império [que erigiu um país imenso] colonizador, que assolou a África, escravizou os negros, e enviou-os, com navios negreiros fétidos, para o Brasil, sua colônia, explorada, maltratada e seviciada. Para a felicidade da Nação, [Princesa Isabel, Joaquim Nabuco, e outros artífices da liberdade] Zumbi dos Palmares, [escravocrata crudelíssimo, que, herdeiro legítimo da cultura ditatorial de governantes das nações africanas, erigiu, no coração das matas brasileiras, um quilombo, e dominou, com mãos de ferro, os quilombolas, seus súditos, seus escravos, transplantando, para o Brasil, a crudelíssima cultura dos reis africanos], o verdadeiro libertador dos negros, que, subjugados pelos portugueses, comiam o pão que o diabo amassou, nobre, de caráter ilibado, inspirado por ideais humanitários, conquistou a alforria do seu povo sofrido.
Em substituição ao idioma do império opressor, substituiremos o idioma português padrão, instrumento que Portugal até hoje maneja para nos oprimir, submete-nos à cultura européia, que nos sufoca, nos vergasta, nos escraviza, pela Língua Brasileira, falada pelos brasileiros.
Defendemos, com [unhas e dentes, a ferro e a fogo] a foice e o martelo, o estabelecimento da linguagem brasileira, da gema do povo, como padrão oficial da Língua Brasileira, escrita e falada, com raízes na autêntica, pura, cultura popular brasileira, isenta de influências externas, e não a importada de adventícios escravizadores e colonizadores. Anacolutos e metáforas futebolísticas serão obrigatórias nos textos oficiais e nos manuais de redação.
O Partido conduz o povo brasileiro [à guerra civil, e à miséria, e à podridão moral e ética] ao paraíso comunista. Mao Dzedong, é bom que se diga, não é mau; é revolucionário [humanicida] humanitário. E Deng Xiao Ping – é inadmissível o trocadilho Deng e dengue; todos os trocadilhos desrespeitosos e desabonadores envolvendo os nomes dos excelsos e lídimos revolucionários serão proibidos -, que defendia a idéia, como ele expressou não raras vezes, que ensina que o gato tem de caçar os ratos, fosse qual fosse a cor deles, e matá-los, esqueceu-se, involuntariamente – conquanto sábio, equivocando-se, tomou uma decisão contraproducente -, que os inimigos da revolução comunista poderiam empregar – e empregariam – contra os gatos os cachorros.
Estabelecemos, também, a obrigatoriedade da apresentação, diária, dos [tediosos, insossos, e injustificadamente extensos, intermináveis] magistrais e animadores discursos do comandante Fidel e de Hugo Chaves aos alunos brasileiros.
Nas escolas, substituiremos as ciências química, física e biológica, criadas pelos burgueses, por similares inspiradas nas [asneiras marxistas] verdades reveladas por Karl Marx. E à astronomia incorporaremos a estética comunista, e não a [religião] inspirada nas superstições cristãs [concebida por homens da Igreja, que enriqueceram, enormemente, tal ciência, sendo a contribuição deles inestimável]. E a engenharia, e a medicina, e a advocacia, e a arquitetura, a pintura, enfim, todas as ciências, todas as artes, terão de, obrigatoriamente, abandonarem a estética burguesa, e adotarem a comunista. E serão alterados o mapa astral, o mapa estelar e o calendário, três obras, sabemos, criadas pela classe média capitalista ocidental.
No calendário atual, os doze meses, todos concebidos em homenagem a doze imperadores romanos, aludem aos doze apóstolos. No calendário comunista que iremos criar haverá treze meses, que receberão nomes [de genocidas, anti-cristãos, assassinos, psicopatas] dos heróis do movimento comunista internacional: Marx, Engels, Proudhon, Mao, Lênin, Stalin, Pol Pot, Che Guevara, Prestes, Sartre, Trotsky, Gorki e Castro.
Aboliremos a cor branca, que é a fusão de todas as cores, e o prisma, e a teoria de Isaac Newton, pois estes três elementos, a cor, o objeto e a teoria newtoniana, pertencem à ideologia [democrática] capitalista opressora.
Estabeleceremos o vermelho como a cor oficial do Brasil – e a camisa da seleção brasileira de futebol será vermelha.
Aboliremos o samba, pois a maledicência e a malemolência ferem os nossos brios [patrióticos] marciais e revolucionários.
O ano estelar se iniciará no dia correspondente ao do nascimento de Karl Marx, e se encerrará no correspondente ao da morte dele. E o ano 1 da era marxista coincidirá com o do nascimento de Karl Marx.
Interpretaremos todos os eventos sob a ótica marxista, e desconsideraremos todas as interpretações que contestam o movimento. E todos os eventos têm de se conjugarem com a proposta do Partido; os que não possuem vínculo com o Partido estarão irrevogavelmente errados.
A propriedade é um roubo, excetuando a dos líderes revolucionários que servem à causa do Partido.
Estabeleceremos apenas um tipo sanguíneo, o R C M (Revolucionário comunista marxista), pois as distinções de tipos sanguíneos são idéias burguesas, capitalistas.
Avante camaradas!
De Leninevitch Stalininski