Ó o ovo
Comendo meu ovo de páscoa
Lembrei-me de uma ocasião
O ocorrido com minha avó
E seu filho Sebastião:
A janta já sendo feita
Toda pontual Geralda, vó, já cozinhava
Às quatro e meia.
À beira do fogão dois filhos teus
Jiló, o mais velho dos oito apelidado
E Tião, ao qual com ela sempre viveu.
Ideia de meu avô, falecido avô
Que ao notar seu gosto pelo vegetal, o gozava
Deu-lhe esse codinome, qual que por popular quase escondia seu nome.
Tião pediu à mãe que fritasse um ovo
E saiu a namorar, bitucas no terreiro, igual menino novo
Com uma quase vizinha
A qual o nome não veio a me recordar.
A janta ficou pronta, o ovo de acordo
Mas foi a quase vizinha de qual esqueci o nome
Que acabou fitando o ovo.
Vó nem desconfiava, só queria achar Tião
Enquanto o mais velho jantava, morrendo de rir da situação,
Enquanto Geralda corria à casa
Batendo a escumadeira no prato
Gritando pra tudo que é lado
Preste a descobrir o enrolo:
-Tião, ó o ovo!