A Mídia em tempos de crise
Quero deixar claro que minha contestação neste texto é apenas sobre os relatos de um fato que vem a se tornar notícias. Reportagens investigativas ou análises não se enquadram neste contexto.
Devido a pandemia tenho tido mais tempo para acompanhar jornais, porém um fato que vem me chamando a atenção, é sobre a opinião do jornalista ou do jornal inserida de uma forma minuciosa no fato/notícia. É fácil de se chegar á essa conclusão quando se pode ver a mesma notícia sendo reportada em diferente veículos de comunicação em diferentes maneiras.
A descrição de um fato, naturalmente se dá com bases ideológicas de jornalista, porém a análise final de decidir se aquele fato é de suma importância para o leitor tem que ser decidida pelo mesmo, e não pela opinião do jornalista/jornal. Hoje em dia, fica claro ao assistirmos ou lermos uma reportagem qual a posição social política partidária de quem o publica, pois o fato já não é mais reportado neutramente, mas sim, com um teor de indução muito forte ao lado politico que o publicador da notícia deseja influenciar o leitor/telespectador. Contudo, não são todas as pessoas que conseguem ter esse olhar crítico. Com nosso sistema educacional muito limitado, e com a alta taxa de analfabetismo, estes grupos de pessoas são totalmente influenciadas sem ao menos desconfiarem.
Atualmente somos 209 milhões de pessoas no Brasil, ou seja, a diversidade de pensamentos que teríamos, uma vez que uma coerente relatação dos fatos (sem opiniões) noticiados, traria muitos benefícios à população. Como por exemplo, cidadãos engajados e aumento de respeito recíproco entre defensores de diferentes opiniões. Diferente do que acontece hoje, pois analisando friamente temos, veículos de comunicação a favor e contra o governo, um nítido oligopólio na comunicação, poucos “fornecedores de informação” para uma grande massa e muita demanda que seria a população. Com isso, a sociedade vai alimentando um rancor inconsciente sobre as diferentes escolhas políticas, sociais, religiosas e sexuais. Um país como o Brasil com uma rica miscigenação de raça, credo e cores, deveria no mínimo ser mais admirado e respeitado entre sua própria população.
Claro, estamos numa democracia, onde existe liberdade de expressão e assim deve permanecer. Que isso não seja confundido com o fato de alterar, incluir ou até modificar fatos, por opiniões ideológicas, pois isso também seria uma forma antidemocrática por partes dos veículos de comunicação, onde apenas as opiniões e fatos que eles publicam seria o que a população deveria aceitar, e o mais importante que a “democracia” não tire o direito do leitor/telespectador de ter sua própria opinião sobre o assunto.