Meia-noite e ponto.

A Bianca tirou a roupa,Cezzane fumou um cigarro e Jim Morrison estava alucinando com o álcool.As putas chegaram lentamente,assim como as bebidas.A sala de estar ficou lotado.Lotado pra caramba.

Era exatamente meia-noite e ponto.

Madame Satã tirou a calcinha,Ginsberg olhava pra rola dela,Julieta não estava mais aqui.O trem já partiu,o cobrador Marcos já foi embora. Joan Bez estava no quarto, tocando violão.

Era exatamente meia-noite e ponto.

Lá fora,a cidade me olhava.Sim,você sabe de quem eu estou falando.Ela me olhava com os seus olhos sujos, junto com a chuva da noite.A chuva, que transbordava aquelas velhas verrugas, e anunciava ,de algum modo,um apocalipse qualquer.

Naquele momento eu pensei comigo mesmo...

"Mesmo que a lua apareça sobre a janela e reflete a cor da melancolia, nada vai alterar as coisas:os caras dos Jazz morreram e o rock errou mais uma vez ."

Mas tudo bem,era meia-noite e ponto.

Eu me senti incluído(e excluído) a toda essa gente, a todos esses caras .Pensei nos velhos boxeadores do bairro,que estão dormindo em camas de metais.Pensei nos soldados da noite,que não sabiam mais porque tinham que lutar.Pensei no Buth Cassidy,que ele descanse em paz.

Depois disso,o relógio parou e o tempo voltou.Era depois de meia-noite.

E o que sobra, no final das coisas,não são os amigos e nem as putas.No final das contas,sobra apenas um copo de vodca e um cigarro amassado.Sim,sim, meu amor:eles não são figuras de vícios,são apenas atores inanimados, representado o estado da minha solidão.

CaiqueM
Enviado por CaiqueM em 15/04/2020
Reeditado em 15/04/2020
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