De geração em geração
— Pai, cheguei da escola. Tenho uma coisa que fiz que acho que o senhor vai ficar muito orgulhoso.
— O que foi que você fez, meu filho?
— Sabe aquela menina da sala vizinha a minha, do segundo C?
— Sei? Você está apaixonado por ela? Você ainda é uma criança!
— Eu bati nela!
— Gabriel isso não é certo. Com certeza deve ter alguma advertência na sua agenda pedindo para que eu compareça na escola amanhã.
— Mas pai, ela não quis deixar eu brincar com os brinquedos dela.
— Você não pode obrigar as pessoas a dividirem os brinquedos delas. Elas lhe emprestam se quiserem, entendeu?
— Entendi. A diretora pediu que o senhor comparecesse lá amanhã. Ela perguntou como eu aprendi a dar um soco na cara de alguém daquela forma e eu disse que aprendi vendo você fazendo na minha mãe. Sei não, ela pegou o telefone, parecia que estava falando com a polícia. Eu não vou ser preso não, né?