Sua Excelência o Sabão
Estou assustado! Todos estão assustados. E quem não ficaria amedrontado diante de um ser microscópico que, apesar de viver poucas horas, tem sacudido o mundo nestes primeiros meses de 2020, derrubando a bolsa de valores, alterando radicalmente o estilo de vida das pessoas, esvaziando as ruas das cidades, desafiando até as potências mundiais, desafiando, também, e, principalmente, o seu maior combatente: a ciência. E não se trata de um ser extraterrestre ou um asteroide colidindo com a Terra. É nada mais, nada menos do que um vírus. O pior de tudo é que tem ceifado milhares de vidas. Ele ataca a todos indistintamente, seja rico ou pobre, analfabeto ou pós-graduado. Não escolhe religião, raça ou nacionalidade. Também não está nem aí se você é cidadão do primeiro, segundo ou terceiro mundo. Se é de direita, do centro ou esquerda. Ele se espalha rápido como uma tempestade de areia. É tão ousado que fez o mundo parar, parar para se defender, parar para estudá-lo, parar literalmente. Eu também estou parado, de quarentena, para não o espalhar, ganhar tempo. E, no afã de descobrir a melhor forma de enfrentá-lo, entramos num conflito constante, nos debatendo se devemos ficar em casa ou não e quantos poderão morrer. Comerciantes estão preocupados com a crise econômica, pois precisam vender. O trabalhador precisa trabalhar. Será que vamos passar fome? O jogador quer jogar, o popstar quer se apresentar e o pior de tudo é que todos parecem ter razão, necessitando de um denominador comum, uns cedendo aqui, outros cedendo ali, mas parece que ninguém quer fazer o sacrifício. Meu Deus, que confusão! Os governantes quase se engalfinham, cada um querendo achar que sua estratégia é a melhor para o enfrentamento da crise, ao ponto de ter que alguém chegue a eles e diga: “Senhores, é bom lembrá-los que o nosso inimigo é o vírus apenas, ou não?”. Surgem mil perguntas para somente trinta respostas, às vezes difusas, vagas. Como pode um ser tão pequeno pôr todo o mundo para se mexer? Tal qual os magos chamados diante de Faraó para desvendar os segredos das pragas de Moisés e estancá-las, hoje em dia, filósofos, sociólogos, doutores, matemáticos, cientistas, economistas, padres e pastores, ninguém ficou de fora do debate para compreendê-lo, explicá-lo e escolher os melhores caminhos com o intuito de minimizar seus efeitos destruidores. E os meios de comunicação? Informam, mas também exageram, querem vender, pensam no lucro e, para eles, a vida e a morte se resume em mais uma mercadoria. E as redes sociais? Cada um coloca seu ponto de vista, não há uma voz uníssona que possa nos nortear. Às vezes decido não ver mais televisão, não acessar o Facebook e sites de maior expressão, porém, após meia hora, lá estou novamente enchendo a cabeça de informações. O bichinho gigante colocou todo mundo para pensar, arrastou a todos para um grande divã e nos fez refletir sobre a vida e a morte, sobre os valores da vida. Fez-nos separar o essencial do supérfluo, jogou em nossa cara, como que diante de um espelho, a nossa mesquinhez, a nossa arrogância e insignificância. E, nesse teatro da vida real, enquanto a ciência não encontra um protagonista para enfrentá-lo à altura, usam-se de todos os instrumentos que a medicina pode oferecer. Cientistas de todo o mundo trabalham incansavelmente na busca por uma vacina. Batalhões de doutores e enfermeiros, auxiliares da limpeza e demais profissionais da área se colocam na linha de frente, como verdadeiros anjos, lutando incansavelmente para salvar pessoas. E, por ironia do destino, eis que surge um coadjuvante que, por incrível que pareça, sendo um objeto simples, é muito útil em nossas vidas há milhares de anos. Estou falando do sabão. Ele que saiu do anonimato e ganhou as manchetes de todo o mundo. Tornou-se peça importante no combate ao coronavírus. Agora é o “senhor sabão”, o sabão nosso de cada dia, o sabão nosso de toda hora. Nada de mísseis e tanques de guerra, nossa arma é o sabão. Sim, agora temos um alívio, pois certamente todos têm sabão em casa. Não, não! Negativo! Segundo dados da ONU, no mundo existem mais de dois milhões de pessoas que não têm sabão em casa. Quer saber minha opinião? Temos diante de nós um vírus mortífero e nós o venceremos em nome de Jesus, mas realmente ele está longe, muito longe de ser nosso único inimigo. Infelizmente.
Estou assustado! Todos estão assustados. E quem não ficaria amedrontado diante de um ser microscópico que, apesar de viver poucas horas, tem sacudido o mundo nestes primeiros meses de 2020, derrubando a bolsa de valores, alterando radicalmente o estilo de vida das pessoas, esvaziando as ruas das cidades, desafiando até as potências mundiais, desafiando, também, e, principalmente, o seu maior combatente: a ciência. E não se trata de um ser extraterrestre ou um asteroide colidindo com a Terra. É nada mais, nada menos do que um vírus. O pior de tudo é que tem ceifado milhares de vidas. Ele ataca a todos indistintamente, seja rico ou pobre, analfabeto ou pós-graduado. Não escolhe religião, raça ou nacionalidade. Também não está nem aí se você é cidadão do primeiro, segundo ou terceiro mundo. Se é de direita, do centro ou esquerda. Ele se espalha rápido como uma tempestade de areia. É tão ousado que fez o mundo parar, parar para se defender, parar para estudá-lo, parar literalmente. Eu também estou parado, de quarentena, para não o espalhar, ganhar tempo. E, no afã de descobrir a melhor forma de enfrentá-lo, entramos num conflito constante, nos debatendo se devemos ficar em casa ou não e quantos poderão morrer. Comerciantes estão preocupados com a crise econômica, pois precisam vender. O trabalhador precisa trabalhar. Será que vamos passar fome? O jogador quer jogar, o popstar quer se apresentar e o pior de tudo é que todos parecem ter razão, necessitando de um denominador comum, uns cedendo aqui, outros cedendo ali, mas parece que ninguém quer fazer o sacrifício. Meu Deus, que confusão! Os governantes quase se engalfinham, cada um querendo achar que sua estratégia é a melhor para o enfrentamento da crise, ao ponto de ter que alguém chegue a eles e diga: “Senhores, é bom lembrá-los que o nosso inimigo é o vírus apenas, ou não?”. Surgem mil perguntas para somente trinta respostas, às vezes difusas, vagas. Como pode um ser tão pequeno pôr todo o mundo para se mexer? Tal qual os magos chamados diante de Faraó para desvendar os segredos das pragas de Moisés e estancá-las, hoje em dia, filósofos, sociólogos, doutores, matemáticos, cientistas, economistas, padres e pastores, ninguém ficou de fora do debate para compreendê-lo, explicá-lo e escolher os melhores caminhos com o intuito de minimizar seus efeitos destruidores. E os meios de comunicação? Informam, mas também exageram, querem vender, pensam no lucro e, para eles, a vida e a morte se resume em mais uma mercadoria. E as redes sociais? Cada um coloca seu ponto de vista, não há uma voz uníssona que possa nos nortear. Às vezes decido não ver mais televisão, não acessar o Facebook e sites de maior expressão, porém, após meia hora, lá estou novamente enchendo a cabeça de informações. O bichinho gigante colocou todo mundo para pensar, arrastou a todos para um grande divã e nos fez refletir sobre a vida e a morte, sobre os valores da vida. Fez-nos separar o essencial do supérfluo, jogou em nossa cara, como que diante de um espelho, a nossa mesquinhez, a nossa arrogância e insignificância. E, nesse teatro da vida real, enquanto a ciência não encontra um protagonista para enfrentá-lo à altura, usam-se de todos os instrumentos que a medicina pode oferecer. Cientistas de todo o mundo trabalham incansavelmente na busca por uma vacina. Batalhões de doutores e enfermeiros, auxiliares da limpeza e demais profissionais da área se colocam na linha de frente, como verdadeiros anjos, lutando incansavelmente para salvar pessoas. E, por ironia do destino, eis que surge um coadjuvante que, por incrível que pareça, sendo um objeto simples, é muito útil em nossas vidas há milhares de anos. Estou falando do sabão. Ele que saiu do anonimato e ganhou as manchetes de todo o mundo. Tornou-se peça importante no combate ao coronavírus. Agora é o “senhor sabão”, o sabão nosso de cada dia, o sabão nosso de toda hora. Nada de mísseis e tanques de guerra, nossa arma é o sabão. Sim, agora temos um alívio, pois certamente todos têm sabão em casa. Não, não! Negativo! Segundo dados da ONU, no mundo existem mais de dois milhões de pessoas que não têm sabão em casa. Quer saber minha opinião? Temos diante de nós um vírus mortífero e nós o venceremos em nome de Jesus, mas realmente ele está longe, muito longe de ser nosso único inimigo. Infelizmente.