Pandemia e pânico

No dia 31 de dezembro de 2019, a China informou a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma ocorrência de uma pneumonia causada por um vírus desconhecido. E no dia 07 de janeiro de 2020, na cidade de Wuhan, capital da província da China Central, importante centro comercial entre os rios Yangtzé e Han, com muitos lagos e uma população em torno de 11 milhões de habitantes, foi detectado e identificado o novo coronavírus com o nome de 2019-nCOV, e a sua síndrome com o nome de Covid-19.

O coronavírus (COV) é o nome de uma família de viral identificada desde os anos 1960, oriundos de animais, como morcegos, aves, porcos e roedores, que causam infecções respiratórias graves semelhantes ao vírus da gripe. O primeiro coronavírus foi identificado em 2002, na China, como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), com 916 mortes; e o segundo como Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS) ou EM/2012, com 92 mortes.

A transmissão desses vírus zoonóticos é através do contato com fluídos respiratórios de pessoas ou animais doentes, ou por meio de objetos contaminados. Mas, há alguns tipos de coronavírus que circula somente entre animais. E os que são transmitidos aos seres humanos sofrem mutações genéticas e se tornam mais resistentes e prejudiciais devido a uma imunidade inferior. E uma vacina para o novo vírus ou coronavírus leva no mínimo um ano para ser criada.

Os principais sintomas são: tosse, dificuldade respiratória, falta de ar, e nos casos mais graves, insuficiência renal e morte. As pessoas mais vulneráveis são as crianças e idosos por terem problemas de imunidade e, ainda, as pessoas acometidas de alguma doença aguda ou crônica. Por isso quem esteja contaminado com coronavírus deve evitar os hospitais (ambientes fragilizados) para não espalhar a síndrome e se isolar em casa, sem contato com parentes e amigos. Quem já teve a síndrome Covid-19 diz que os sintomas são os mesmos de uma gripe comum.

Diante do avanço da epidemia pelo mundo afora, a OMS, no dia 11-03, declarou a Covid-19 como uma pandemia, com mais de 100 mil casos confirmados em mais de 100 países e mais de 4 mil mortes. Os países mais afetados são China, Itália, Coreia do Sul, Iram, França Espanha e Estados Unidos. No Brasil já são mais de 100 casos confirmados, dois surtos de transmissão comunitária e nenhuma morte. A OMS ainda afirmou que apesar da declaração de pandemia, a síndrome está sob controle, pois, só 4 países detêm 90% dos casos que estão em declínio com medidas preventivas e paliativas. E que cabe a cada país investir no sistema de saúde e higienização. Vale lembrar que em 2009, a OMS declarou o vírus H1N1 ou gripe A como pandemia, que foi controlada rapidamente.

Ao redor do mundo muitas escolas estão sendo fechadas provisoriamente, muitas empresas aéreas cancelando parte de seus voos e eventos esportivos sendo cancelados. Na Austrália, o Grande Prêmio de Fórmula 1 foi cancelado. Nos Estados Unidos, o ATP Masters 1000 de Indian Wells foi cancelado; e a NBA suspendeu os seus jogos depois da infecção de um jogador. Na Itália, o evento teste, pré-olimpico e Copa da Itália foram cancelados. Aqui no Brasil, a CBV suspendeu a Superliga de Vôlei por 15 dias e alguns jogos de futebol serão com os portões fechados.

Não há motivo para pânico nem alarde, pois o coronavírus é como um vírus gripal em que as pessoas podem se prevenir com medidas, como evitar o contato com pessoas infectadas ou que estejam tossindo e espirrando, lavar bem as mãos, evitar contato com objetos de uso pessoal ou coletivo, não tocar os olhos ou nariz, evitar contato com animais doentes, e cozinhar bem ovos e carne. O índice de letalidade do coronavírus gira em torno de 2% igual ao de uma gripe comum. O vírus da gripe mata mais por estar enraizado no mundo inteiro. Eliminar o coronavírus assim como o vírus da gripe (Influenza) é praticamente impossível. O certo é cada indivíduo se prevenir, porque a maioria das doenças ou síndromes virais é transmitida por vias respiratórias ou sexuais.

Goiânia, 14-03-2020

Alonso Rodrigues Pimentel

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 15/03/2020
Reeditado em 24/03/2022
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