Sexta-feira 13 antecipada: 4x4 no Grenal do coronavírus

Esperei anos por um Grenal na Libertadores e, quando esse acontece, tem essa pandemia de coronavírus. Logo, o jogo já começou sob mau agouro. Como (graças a Deus) tenho bastante gente com idade avançada na minha família, resolvi não ir, para não passar isso para eles. Vai que, né? Sei que existem várias maneiras de pegar o corona, mas facilitar é que não vou. Todavia não fiz falta alguma para o Grêmio, pois mais de 53 mil pessoas praticamente lotaram a Arena.

De tão chateado que fiquei, não assisti o jogo, inclusive por que, outro ponto que julguei negativo, ele só passaria pelo Facebook. E parece que também não perdi muita coisa, pois não teve gol. Um jogo que, antes de começar, já tinha um ferido: um torcedor do Grêmio, atropelado por um cavalo da BM. Parece que o nome do quadrúpede era Moisés. Vi a notícia no Cadeira Cativa, programa do Rech no canal 48. Os jornalistas minimizaram o episódio, dizendo que o PM não fez por gosto e que o torcedor não devia estar lá. Como assim? Deveria estara onde, então? Era um jogo de futebol, óbvio que o sujeito estava aonde deveria estar. Claro que o policial não deve ter feito intencionalmente aquilo e que a BM vinha conter uma briga entre torcidores, mas não havia como controlar a velocidade do galope num local com grande circulação de pessoas? O fato é que o gremista não viu a aproximação acelerada da tropa e foi atingido. E, ironia, quem filmou o atropelamento foi um torcedor do Inter de dentro de um ônibus. Fiquei pensando na fala dos jornalistas e recordei que, dias atrás, devido a morte de uma égua da BM no estádio, fizeram uma justa lástima. Porque então minimizar o acontecido com o torcedor? Que Deus proteja os cavalos e os torcedores!

Por falar nisso, como os jogadores não acertaram o pé no gol, mas apenas no poste e no travessão, resolveram mirar as pernas dos adversários, como pude conferir hoje no You Tube. Num lance em que Moisés (o jogador do Inter) se estranhou com Pepe (não o Legal, cavalinho do desenho animado), o pau comeu na Arena. Então o zagueiro tricolor Paulo Miranda, cansando de esquentar o banco com o traseiro, resolveu entrar em campo a fim de dar uns coices no Moisés (o jogador). Acabou, isso sim, levando uns, mas enfrentou bravamente a peleja e indubitavelmente foi o melhor em campo, dada as circunstâncias. O interessante foi ver o técnico Renato apartando a briga. Imagina, o Renato? Lembram como ele era quando jogava? Claro que os jogadores não o respeitaram no papel de deixa-disso. "Ah, tu não, professor".

No final o juiz definiu o placar do páreo, quero dizer, da partida: Grêmio 4x4 Inter. Quatro expulsos de cada lado. Como o cartão era vermelho, o resultado favoreceu o Inter, que lidera o grupo. Uma baita fiasqueira, sem dúvida, do tamanho do Rio Grande, envergonhando-o. O primeiro Grenal disputado em uma Libertadores, sem gol e com briga. Tremendo mau exemplo. Ah, e por falar nisso, daí não tem como não lembrar do presidente. Não o do Grêmio ou o do Inter, mas o do Brasil. Não o do Brasil de Pelotas, mas o do nosso país mesmo.

Essa semana ele falou que a pandemia do coronavírus era "uma fantasia da mídia". Pois bem, foi nos EUA conversar com o Trump e ver se conseguia uns dólares para o Brasil, mas só trouxe coronavírus de lá. Um membro de sua comitiva foi infectado. E estava ontem o nosso presidente na TV, de máscara no rosto, eis que pode também ter sido infectado, pedindo o cancelamento dos protestos do dia 15 em virtude da "fantasia" do coronavírus. A Conmebol, por seu turno, igualmente cancelou a próxima rodada da Libertadores. Atitude correta, não dá para brincar com isso.

Realmente, foi uma quinta-feira azarenta onde tudo deu errado e que antecipou o dia de hoje, sexta-feira 13. Nem saí de casa, por via das dúvidas. Vai que, né?