Idade da razão
Idade da razão
Já não quero os encaixes, de e nem para a vida.
Feitos à ferramentas, feitos a fórceps
Para risadas "obrigatórias"
Não quero lágrimas
Pós-mordidas.
Não quero a dor frigída
A flor prensada, pensada e pisada.
Compra numa carteirada, num débito ou crédito, de um vulgar cartão .
Não quero o batom, para o qual
Está minha boca, há muito, vencida.
Não, eu não quero o beijo tolo e por rolo.
Nem quero macular meu maduro e solito corpo.
Por uma noite, um pernoite, com uma alma rasa.
Eu quero a paz do meu lar.
E sem adornos, sem contornos,
Me deixar ficar...
A porta, é da vida, e todas as chaves, mais e mais, e também, são as de saída.
"Idade da razão"
Dorothy Carvalho.
Gyn, 19.12.2020