Palavra Solta – sofrimentos sertanejos

*Rangel Alves da Costa

O calor está insuportável. E não bastasse o calor e o sol abrasador nos quadrantes sertanejos, ainda há uma falta exagerada de água nas torneiras. Neste período do ano, sem chuvas e com a elevação da temperatura, chegou o instante do sertanejo sofrer. Se antes era o bicho, o boi, a vaca, o cavalo, e muito mais, que sofria pela falta de alimento nos pastos e a secura nos tanques e açudes, agora é o homem que sofre com os mil sóis sobre cada um e a falta de água sequer para tomar um banho. E desde muitos dias que já vem assim. As torneiras são abertas para nada acontecer, para nenhum pingo d’água descer. Uma situação lamentável e até dramática. O calor faz suar, cansa o corpo, chama ao banho, mas nunca tem água. Os potes estão vazios, os baldes e os pequenos reservatórios. E tomar banho de água mineral é luxo caro demais para um povo que já tanto luta para pagar a fatura de água ao final de cada mês. A fatura sempre chega, mas a água não.

Escritor

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