Lula, herói nacional
Condenado, injustamente, à prisão, Lula, herói brasileiro, que acabou com a pobreza e a desigualdade social, proferiu, no seu berço político, numa oratória coroada de imagens grandiosas e metáforas exuberantes, que emula as peças de eloquência gregas e latinas, um discurso patriótico recheado de amor pelo povo que tanto o adora e para o qual tanto bem fez, excitando-lhe o fervor apaixonado a ponto de mobilizá-lo em sua defesa, numa inédita exibição cívica de gratidão e carinho por uma personalidade pública. O povo, saído às ruas, reprovou o juiz Sérgio Moro, que atendia aos interesses políticos de uma família de milicianos cujo patriarca seria sufragado pelos fascistas, e louvou Lula, o herói injustiçado, que se resignara, certo de sua inocência, à injustiça que o vitimara, para evitar distúrbios sociais que, profetizava, culminaria numa guerra civil. Preferiu Lula perder a sua liberdade do que ver o povo que tanto ama e que tanto o adora imerso numa guerra sem fim, sangrenta. E por amor pelo povo que muito o adora, Lula, que tanto o ama, martirizado, roubada de si a liberdade, sofreu num cárcere fétido e penumbroso durante meses, o Brasil então sob governo de um presidente ilegítimo que, para alçar-se ao poder máximo da nação, empregara meios escusos, após a usurpação da cadeira presidencial pelo vampiresco Michel Temer, político ladino que, usando de expedientes criminosos, destronara, com um golpe de estado, a ínsigne presidenta Dilma Roussef.
O tempo encarregou-se de corrigir as injustiças que Lula sofreu.
Liberto dos grilhões que lhe manietavam os movimentos, e de peito repleto de benevolência e abnegação, numa postura nobre e elegante, não alimentando-lhe a alma o rancor e o ressentimento, todo o seu pensamento voltado para o bem do povo que tanto ama e que tanto o adora, com uma rajada brilhante de oratória épica, revelando-se por inteiro em seu temperamento heróico, em sua valentia, perdoou os que injustamente o encarceraram, inspirando ao povo sentimentos de carinho e gentileza, nobres e elevados, amainando-lhe o desejo de vingança que nutria por aqueles personagens que tanta injustiça cometeram. E o povo acolheu Lula em seu seio amoroso, reconhecendo-lhe o inestimável valor de sua grandiosa obra. E cantou-lhe loas. E carregou-o nos braços, a louvá-lo, a adorá-lo, numa festa cívica inédita.
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Nota de rodapé: o relato acima nenhuma correspondência tem com a realidade; para os esquerdistas vale a narrativa, e não a verdade. E que ninguém se surpreenda se daqui alguns anos encontrarem, nos livros de história, um relato com tais ingredientes.