Bica d'Água

Naquela manhã bem cedo estava jorrando como antes, já se vão mais 60 (sessenta) anos, ali me lembro que foi meu primeiro labor, ao encher a moringa da água do velho, que já estava no pé do eito, esta bica também “matou” minha cede inúmeras vezes quando vinha da escolinha, para completar meu devaneio foi testemunha do meu primeiro amor que hoje é minha esposa.

Localizada anteriormente no “coração” do sertão paulista, mais preciso na região de Araraquara, naquele tempo a maioria da população era sertaneja, esta obra de Deus naquela época estava cercada por “lavoura branca” e cafezais, e suas terras vermelhas, esperava a chuva, para a coloração mudar, e o manto se cobrir de verde. Agora é na sua maioria dominada pelo plantio da cana. Onde os lavradores braçais foram substituídos pelas máquinas, e como a cultura não precisa de suas forças, o jeito foi procurar outro local.

Depois de muito tempo ali parado, escuto alguém chegando, vejo um menino carregando uma garrafa térmica grande, olhou-me e disse: Senhor posso pegar um pouco de água? Naquele instante um filme passa na minha cabeça, o tempo é outro, o cenário se modificou, mas a vida continua a circular escrevendo novas histórias, novos personagens entrarão em cena, A NATUREZA é sabia, o " Barco não pode para".

Jova
Enviado por Jova em 18/11/2019
Reeditado em 18/11/2019
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