O MURO

No último dia 09 de novembro comemorou-se os 30 anos da queda do muro de Berlim, uma barreira física que não separava somente a capital, nem tampouco a nação alemã, mas o mundo em dois blocos distintos pelo período de 1961 até 1989. A chamada cortina de ferro dividiu o mundo entre capitalismo e socialismo e tornou-se um dos símbolos do que conhecemos como guerra fria, entre as maiores potências desse período, Estados Unidos e União Soviética.

A Europa e o mundo mudaram a partir desse evento que ficou marcado na história da humanidade e será sempre lembrado, ao menos enquanto a humanidade existir. Porém, pelo jeito que as coisas vão, não teremos muitas gerações para remediar a destruição que causamos ao planeta ara satisfazer a ganância humana. Evoluímos em nossas relações humanas desde a queda do muro e também alcançamos patamares nunca antes imaginados de isolamento praticando atrocidade que nos afastam cada vez mais de nossos semelhantes.

Este que foi um dos símbolos mais fortes da guerra fria deu lugar ao polêmico muro do México que separa os Estados Unidos da América Latina cujo início se deu apenas cinco anos após a queda de seu antecessor e até hoje tenta impedir a entrada de imigrantes no território estadunidense. Este passou a simbolizar a divisão entre o mundo desenvolvido das potências mundiais e o subdesenvolvido das antigas colônias, ou seria entre ricos e pobres, opressor e oprimido, explorador e explorado? Deixo essa análise a você, leitor!

Os muros e as grades de hoje já não nos dão proteção, pelo contrário do que pensamos, eles nos aprisionam negando a liberdade e dando a paz que eu não quero e nunca precisei para ser feliz. Mas, estamos seguros, ou assim pensamos estar, em nosso casulo virtual que nos conecta ao mundo e nos isola das pessoas. Mesmo com todos os avanços tecnológicos dos meios de comunicação e informação criamos barreiras quase intransponíveis de onde atiramos as pedras sem nos preocuparmos com as consequências.

Nas trincheiras virtuais a melhor arma é a mentira, usada para bombardear as pessoas com Fake News e nos flagrarem em vídeos não autorizados e memes que nos deixam desconfortáveis. Acabamos por criar inimigos imaginários que nunca existiram ou sempre estiveram lá, que atacamos em busca de motivos para odiar. Sejam parentes distantes ou amigos próximos, todos estão na mira das câmeras de segurança e podem ser excluídos a qualquer momento. Afinal, a guerra agora é virtual e os muros são de bytes.