O grande Rio.

Eu estava diante do maior contador de histórias, daquele que atravessou gerações, que viu e vivenciou muitas coisas, que se tornou símbolo da cidade. Sentada, sentindo a brisa sobre meus cabelos, eu ouvia o barulho da correnteza e o cheirinho de terra molhada invadindo meu interior. Ali, às margens do Rio Paraguaçu, aprecio as maravilhas da mãe natureza, as águas calmas molhando meus pés e trazendo consigo inúmeras histórias.

Já me narraram sobre as tardes quentes de verão, aonde todos iam se refrescar nas águas do grande rio. Era gente pescando, nadando, conversando, rindo e até chorando. Histórias de pescador e lendas da região, todos viravam amigos e não faltava diversão. Simplicidade, beleza e alegria eram os principais componentes daquela paisagem.

Foi o grande rio que viu a fazenda virar cidade, vivenciou o progresso e as transformações. Ele viu seu povo migrar, atraiu muita gente, foi o motivo do riso de muitos e do choro de outros, que foram obrigados a partir sem condições de permanecer aqui. Foi o rio que recepcionou os visitantes. Ele se tornou o ícone devido à sua beleza e grandeza.

Enquanto apreciava a paisagem ao meu redor, meu coração se entristecia, pois os impressionantes feitos do grande rio hoje são nostalgias. Não vejo mais o sorriso dos banhistas, tampouco as histórias dos pescadores. Esses fatos ficaram apenas nas lembranças do passado grandioso de um rio que hoje sofre os efeitos da poluição.

O grande Paraguaçu que trouxe vida, hoje perde a sua. E, enquanto escrevo essa crônica, as lágrimas correm no meu rosto e o coração aperta só de imaginar que no futuro o tão esplêndido rio transforme-se em apenas uma triste lembrança.

DudaAzevedo
Enviado por DudaAzevedo em 12/11/2019
Reeditado em 30/10/2023
Código do texto: T6793456
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