Depois de muito tempo

No fundo do baú estava perdida, escritas com caligrafia de alguém que vivia muito bem com sigo mesmo, no tocante a paz interior.

Logo reconheci de quem se tratava, as primeiras linhas desejando que tudo esteja ocorrendo bem, para depois lançar aquela flecha que sangraria o meu coração lentamente, cada estrofe turvava as linhas, as letras pareciam que horas grudavam umas nas outras, mas continuei lendo.

Para o leitor(a) se situar, naquele tempo era comum se comunicar por carta, no regimento onde estava, era praxe as correspondências serem filtradas, com isso o retardamento da entrega era inevitável.

Com a certeza de que o juramento não fosse violado, busquei acalmar se era possível meu coração, naquela rotina de pré guerra ainda nos treinos de um campo que simulava uma grande batalha.

Porém senti o peso enorme da baioneta, os rompimentos dos nervos, o coração parecia sangrar, aquele corpo que antes era tão viril e resistente foi amolecendo, ao ler aquela afirmação. Apesar do seu desprezo ela te amava foi, seu nome que disse antes de partir deste mundo. Assinada por quem um dia esperava ser sua cunhada.

Jova
Enviado por Jova em 08/11/2019
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