Feira do Livro com chuva em Porto Alegre

Na segunda-feira dei uma passada de tarde na 65ª Feira do Livro de Porto Alegre. Caía água do céu, como agora pela manhã, ou seja, praticamente uma chuvinha de molhar bobo. Eu gosto.

Com chuva a temperatura refresca e não suamos às bicas, como é comum nesses novembros portoalegrenses, mesmo sob a sombra dos jacarandás da Praça da Alfândega. Sei que a maioria não aprecia a Feira do Livro com água batendo, mas eu sim.

A Feira é um parque de diversões para quem curte livro, literatura e leitura, isto é, um LLL, espécie de BBB intelectual. Você vai na feira e fica por lá. E é óbvio que eu comprei alguma coisa, né. Não comprar é como ir ao Vaticano e não assistir a canonização da Santa Dulce dos Pobres. Nos saldos, "A luneta mágica", de Joaquim Manuel de Macedo (obra que competa 150 anos de publicação) e "Legenda dos desgarrados", história em quadrinhos em formato grande de Álvaro Barreto e Élbio Porcelis, lançada em 1993 pela Martins Fontes a fim de marcar o centenário da Revolução Federalista de 1893 no Rio Grande do Sul.

Das bancas trouxe para casa as obras completas de Teresa de Lisieux e Teresa de Ávila. Não são do tamanho, por exemplo, das obras completas de um Freud ou Érico Veríssimo, compostas por vários volumes; essas cabem num exemplar apenas, cada. Comprei a primeira na banca da Paulus e a segunda na da Paulinas. Os atendentes se referiram a elas como a Teresinha e a "Teresona". Acho estranho isso de chamar a santa católica mística de "Teresona", contudo é sempre assim que a mencionam a fim de diferenciá-la da outra para os leitores leigos. Mas bom, se eles que são eles, fazem assim, quem sou eu para ensinar o padre a rezar missa, o papa a ler a bíblia e os atendentes da Paulos e da Paulinas a lidar com os santos, não é mesmo?

Adquiri também, na banca da Editora Metamorfose, a coletânea "Pequenas Histórias de Porto Alegre", organizada por Marcelo Spalding, cujos escritores participantes são oriundos do Curso Livre de Formação de Escritores da editora. Dentre eles, está Amanda Santos, jovem artista plástica charqueadense, que já expôs aqui e em São Jerônimo, assinando como Amanda Lovett. Direcionando agora seu talento para as letras, escreveu um pequeno conto intitulado Bom Fim, criativo e humano, acerca de uma moça que caminha pelo bairro e tem uma experiência muito interessante. Vale a leitura.

Como expressa o organizador na contracapa de "Pequenas Histórias...", "neste livro, cada autor apresenta contos, histórias e causos da Porto Alegre de outros tempos, numa tentativa de, pela ficção", resgatar os laços com a capital dos gaúchos. A coletânea custa 35 pilas. A banca da Metamorfose fica bem no início da fila situada na Rua da Praia, é a número 3, fácil de encontrar.

Assim, faça chuva, como hoje, ou faça sol, como ontem, ir na Feira do Livro é uma boa pedida. Aproveitem, vai só até o dia 15 e é apenas uma vez por ano.