HALLOWEEN. HÁ ALGO DE BOM NISSO?

Mesmo com uma cultura riquíssima, nosso país tem a mania de importar dos “states” até o que não deveria. É o caso do tal Halloween, uma festa esdrúxula também chamada de dia das bruxas.

Agora, uma curiosidade: assim como o carnaval antecede a quaresma celebrada pelos católicos, o Halloween por sua vez, vem imediatamente antes do dia de todos os santos, igualmente comemorado pela igreja romana. Não entendo porque o profano tem sempre que preceder aquilo que é tido como santo. Seria uma espécie de despedida do mundanismo antes da consagração? Bom, o certo é que o tal Halloween tem origens bem obscuras, no paganismo, na religião dos Celtas, no druidismo, etc. A presença sempre constante de figuras sombrias, como bruxas, caveiras e carrancas horrendas entalhadas em abóboras também não deixam dúvidas quanto à natureza desta festa, mesmo tendo sido tão popularizada pela influente cultura americana, através da inocente imagem de crianças propondo “doces ou travessuras?”. À semelhança do que fizeram com a festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti (nascimento do sol invencível) que foi “cristianizada” e transformada na data de nascimento de Jesus, ou Natal; a igreja católica também procurou “cristianizar” o festival de Samhain, celebrado na Irlanda, Escócia e Ilha de Man, cujo objetivo era dar culto aos mortos e à uma deusa pagã. Este foi transformado numa vigília chamada “All Hallow's Eve” (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas “All Hallowed Eve e All Hallow Een” até chegar à palavra atual Halloween.

Pois é, diante destas tentativas de fazer santo, aquilo que é profano, logo me vem à mente a pergunta de Jó no capítulo 14 e versículo 14 do seu livro: “Quem do imundo tirará o puro? E a resposta que ele próprio dá: Ninguém”. Pra mim já é suficiente.